Nutrien pode aumentar produção de potássio dependendo de sanções a Belarus e Rússia

Publicado em 01/02/2022 17:17

Por Rod Nickel e Polina Devitt

WINNIPEG, Manitoba (Reuters) – A Nutrien, maior produtora de potássio do mundo, poderá aumentar a produção em até 29% nos próximos anos, dependendo de quaisquer sanções enfrentadas por produtores como Rússia e Belarus, afirmou o CEO da empresa canadense à Reuters.

Os preços do fertilizante de potássio estão perto de máximas de 10 anos nos Estados Unidos e no Brasil, impulsionados pela sanções ocidentais contra Belarus.

A Rússia, sede de minas de potássio Uralkali e EuroChem, enfrentará possíveis sanções econômicas se invadir a Ucrânia.

Uralkali e Belarus Potash Company (BPC), juntos, respondempor mais de um terço das vendas globais de potássio, de acordo com a BMO Capital Markets.

Os preços crescentes dos fertilizantes reduziram a renda dos agricultores e contribuíram para a inflação global de alimentos.

A Nutrien pode reiniciar até 4 milhões de toneladas de capacidade anual ociosa no Canadá nos próximos anos, ao avaliar as perspectivas de longo prazo relacionadas a sanções contra concorrentes, disse o CEO interino Ken Seitz, em sua primeira entrevista desde sua promoção.

“Se estes são eventos de curta duração, não queremos gastar com pessoal e abertura de terreno”, disse ele. “Se isso vai ser um problema de longo prazo para o mercado, nós absolutamente faremos isso.”

“Nós absolutamente entraremos nesse vazio.”

Tropas russas perto da Ucrânia alimentaram temores de guerra. Os Estados Unidos e o Reino Unido estão preparados para punir elites russas próximas ao presidente Vladimir Putin com congelamento de bens e proibição de viagens se a Rússia enviar tropas para Ucrânia, disseram a Casa Branca e o governo britânico na segunda-feira.

Como primeiro passo, a Nutrien pode aumentar produção entre 700.000 e 1 milhão de toneladas no segundo semestre de 2022,com baixo custo, disse Seitz, reiterando comentários que fez no última ano.

A Nutrien produz atualmente cerca de 14 milhões de toneladas, representando 19% das vendas globais. Seitz não soube dizer em quanto tempo a Nutrien pode reiniciar o restante da sua capacidade ociosa, o que envolveria mais trabalhos.

A capacidade operacional global, no entanto, supera a demanda em mais de 10 milhões de toneladas, segundo a BMO Capital Markets. “Em uma situação normal, o mercado de potássio estaria com excesso de oferta”, disse o analista da BMO Joel Jackson. “Se eu fosse Nutrien, eu provavelmente seguraria minha decisão de expandir muito rápido.”

A produção adicional de concorrentes não será capaz de substituir totalmente a BPC, que anteriormente vendia cerca de 12,5 milhões de toneladas por ano, disse Elena Sakhnova, analista da VTB Capital.

Um porta-voz da EuroChem disse que a empresa não tem planos de acelerar o “ramp-up” de sua nova produção. Uralkali recusou-se a comentar.

Fonte: Reuters

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