Pastagens brasileiras ocupam área equivalente a todo o estado do Amazonas

Publicado em 14/10/2021 11:11
Área de pastagens cresceu 200% na Amazônia nos últimos 36 anos. Neste período a quantidade de pastagens severamente degradadas caiu pela metade em todo o país

O principal uso dado ao solo brasileiro é a pastagem: ela ocupa 154 milhões de hectares de norte a sul do país, com presença em todos os seis biomas. Essa área praticamente equivale a todo o Estado do Amazonas, que tem 156 milhões de hectares. Ou 6,2 estados de São Paulo. Ou mais de duas vezes e meia o tamanho da Bahia. Os dados fazem parte de um mapeamento inédito do MapBiomas que será apresentado nesta quarta-feira, 13 de outubro, a partir de 10h30, pelo YouTube.

A área destinada à pecuária é ainda maior se considerar que a ela se somam parte das áreas de campos naturais, principalmente no Pampa e Pantanal, que cobrem 46,6 milhões de hectares no país, e áreas de mosaico de agricultura e pastagem onde o mapeamento não permitiu a separação ou elas ocorrem de forma consorciada, e que cobrem 45 milhões de hectares.

A análise das imagens de satélite entre 1985 e 2020 permitiu também avaliar a qualidade das pastagens brasileiras e constatar uma queda nas áreas com sinais de degradação de 70% em 2000 para 53% em 2020. No caso das pastagens severamente degradadas houve uma redução ainda mais expressiva; representavam 29% das pastagens em 2000 (46,3 milhões de hectares) e agora representam 14% (22,1 milhões de hectares). Essa melhora foi identificada em todos os biomas, sendo que os que apresentaram maior retração nas áreas severamente degradadas foram Amazônia (60%), Cerrado (56,4%), Mata Atlântica (52%) e Pantanal (25,6%).

“A qualidade das pastagens tem importância estratégica para o produtor e para o país. Para o
produtor, pela relação direta com a produtividade do rebanho, seja ele de corte ou de leite. Para o
país, pela capacidade das pastagens bem manejadas de capturar carbono das. Por outro lado,
pastagens degradadas agravam a contribuição do setor agropecuário para as emissões dos gases que
estão alterando o clima, com efeitos perversos sobre a própria atividade agropecuária”, explica Laerte
Laerte Ferreira, professor e pró-reitor de Pós-Graduação (PRPG) da Universidade Federal de Goiás e
coordenador do levantamento de pastagens do MapBiomas.

De 1985 a 2020, pelo menos 252 milhões de hectares são ou já foram pastagem. A partir da análise
de imagens de satélite foi possível detectar duas fases distintas no processo de conversão que
transformou quase um terço do país em pastagens nesse período. Ele foi mais intenso entre 1985 e
2006, quando se registrou um crescimento de 46,3% na extensão ocupada por pastagens, que passou
de 111 milhões de hectares para 162,4 milhões de hectares. Em meados dos anos 2000, a área total
de pastagem parou de crescer e até encolheu, registrando uma retração de 5% de 2005 a 2020.

Essa aparente estabilidade esconde um intenso processo de mudança de uso de solo, com a conversão de áreas de vegetação nativa para pecuária e a ocupação de áreas já convertidas pela agricultura. No caso específico da Amazônia, as imagens de satélite mostram que a pecuária avançou, entre 1985 e 2020, 38 milhões de hectares - um aumento de cerca de 200%. Esse crescimento fez com que a Amazônia seja o bioma com maior extensão de pastagens cultivadas, com 56,6 milhões de hectares, seguido por Cerrado (47 milhões de hectares), Mata Atlântica (28,5 milhões de hectares), Caatinga (20 milhões de hectares) e Pantanal (2,4 milhões de hectares).

A Coleção 6 do MapBiomas mostrou que agricultura e pecuária ganharam 81,2 milhões de hectares
entre 1985 e 2020 – um crescimento de 44,6%. As atividades agropecuárias cresceram em cinco dos
seis biomas brasileiros, com exceção da Mata Atlântica. Dados específicos sobre o avanço da
agricultura serão apresentados em um estudo inédito do MapBiomas que será lançado em 20 de
outubro.

Em termos percentuais, o bioma mais ocupado por pastagens cultivadas é a Mata Atlântica, com
25,7%, seguido por Cerrado (23,7%), Caatinga (23,1%), Pantanal (16%) e Amazônia (13,4%). Os
estados líderes em área de pastagem são Pará (21,5 milhões de hectares), Mato Grosso (21 milhões
de hectares) e Minas Gerais (19,3 milhões de hectares).

Fonte: Assessoria de Comunicação

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