É hora de semear pastagem: Kit Forrageira já está disponível para os pecuaristas catarinenses
Cuidar bem da pastagem, praticando o manejo correto, é como manter o prato do rebanho sempre cheio. A Epagri incentiva em Santa Catarina a produção de leite e carne à base de pasto para ampliar a produtividade e reduzir os custos de produção, que crescem à medida em que o produtor depende mais de ração, silagem e feno. E é para isso que os pecuaristas catarinenses podem contar com o Kit Forrageira, que já está liberado para acesso em 2021.
O Kit Forrageira integra o Programa Terra-Boa, da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR). “Ele é formado por mais de 80 produtos que podem ser acessados a partir de um projeto técnico da propriedade elaborado pela Epagri” explica Hoilson Fogolari, coordenador estadual de políticas públicas na Epagri. O kit permite ao agricultor adquirir, com apoio do Governo de Santa Catarina, sementes de forrageiras e insumos para piqueteamento da área e fornecimento de sombra e água para os animais.
Como acessar o Kit Forrageira
Por meio do Kit Forrageira, os agricultores podem acessar até R$6 mil divididos em três cotas de R$2 mil cada. O pagamento pode ser feito em três parcelas anuais, sem juros (30 de maio de 2022, de 2023 e de 2024). Se optar por antecipar todo o pagamento para a primeira parcela, o agricultor recebe desconto de 30% sobre o valor da segunda parcela e de 60% sobre o valor da terceira parcela.
São beneficiários do programa produtores rurais que se enquadrem nos critérios do Pronaf – exceto em relação à área de terra, que poderá ser maior do que quatro módulos fiscais, desde que promovam na propriedade o melhoramento de pastagem e não possuam débitos junto aos programas da SAR e de suas empresas vinculadas.
Para acessar essa política pública, os agricultores catarinenses devem procurar os escritórios municipais da Epagri. Os extensionistas vão orientar sobre o enquadramento no programa e os documentos necessários.
Hora de semear as pastagens
De acordo com Carlos Mader, coordenador do projeto de Pecuária na extensão rural da Epagri, o Kit Forrageira vem sendo usado prioritariamente para melhorar ou instalar sistemas de cerca elétrica e fornecer água e sombra para os animais nos piquetes. “A segunda prioridade é investir em adubação para melhorar a fertilidade do solo e a terceira é a melhoria das pastagens”, destaca.
No caso das pastagens, ele diz que o kit normalmente é usado para aquisição de sementes de inverno, especialmente azevéns, trevos e também aveia em algumas regiões. “Estamos no momento de implantar as pastagens de inverno. Se o produtor acessar o Kit Forrageira entre o fim de março e o início de abril e fizer a semeadura nessa época, já terá pastagem disponível para alimentar para os animais em maio”, recomenda.
Mader lembra que a Epagri lançou no ano passado, em parceria com a Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil), um cultivar de pastagem muito eficiente para ser usado neste momento. O azevém SCS 316 CR Altovale se destaca por oferecer precocidade ao primeiro pastejo, produtividade, ciclo intermediário e rapidez de rebrote. Também é tolerante a estiagens e geadas.
Sobressemeadura contra o vazio forrageiro
A sobressemeadura consiste em plantar pastagens anuais de inverno sobre a pastagem perene de verão ou o campo nativo. Com essa medida, a produção das forrageiras de inverno preenche o vazio criado pelas espécies de verão. As plantas usadas na sobressemeadura geralmente são gramíneas anuais de inverno (aveias e azevéns) e leguminosas de inverno (trevos, ervilhacas, cornichão e alfafa).
Estudos da Epagri indicam que a sobressemeadura permite incrementar entre 23% e 30% a produção das pastagens ao longo do ano. Com mais forragem disponível, o produtor gasta menos com outros alimentos, o rebanho produz mais leite e carne e a rentabilidade da propriedade sobe.
Mais recursos para a agricultura
Em 2020, a Secretaria da Agricultura apoiou a aquisição de 1.799 kits forrageira. Para este ano, estão previstos 3 mil kits dentro do Programa Terra Boa, que totaliza investimentos de 56,5 milhões para uma série de programas de apoio à agricultura catarinense.
Os produtores interessados em acessar o Terra Boa devem procurar a Epagri de seu município, que, além de auxiliar no projeto e na documentação, presta assistência técnica para melhor aplicação dos recursos. Clique aqui para encontrar a Epagri do seu município.