IBGE: Em 2020, cresce o abate de suínos e frangos e cai o de bovinos

Publicado em 18/03/2021 09:41 e atualizado em 18/03/2021 10:29

Após três anos de crescimento, o abate de bovinos caiu 8,5% em 2020, atingindo 29,7 milhões de cabeças. Por outro lado, o abate de suínos aumentou 6,4% e atingiu novo recorde, chegando a 49,3 milhões de cabeças. Também o abate de frangos subiu: 3,3% em 2020 contra 2019, totalizando 6 bilhões de cabeças, novo recorde da série histórica iniciada em 1997.

A aquisição de leite teve alta de 2,1% e chegou a 25,5 bilhões de litros, também recorde da série histórica. Já a aquisição de couro (30,8 milhões de peças) caiu 7,4% em relação a 2019. A produção de ovos aumentou 3% e chegou a 3,96 bilhões de dúzias, novo recorde na série histórica iniciada em 1987.

Após três anos de altas, abate de bovinos cai em 2020

Em 2020, foram abatidos 29,7 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), uma queda de 8,5% em relação a 2019 após três anos de crescimento na atividade.

O único mês a apresentar variação positiva frente a 2019 foi junho (mais 68,6 mil cabeças), enquanto a queda mais intensa foi verificada em abril (menos 382,6 mil cabeças). Ao longo de 2020 foi constatado um crescimento na proporção de machos abatidos em relação às fêmeas, além da valorização recorde do bezerro e da arroba bovina. Apesar da redução no abate, as exportações de carne bovina in natura alcançaram um patamar inédito em 2020, considerando a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.

Houve quedas em 24 das 27 Unidades da Federação e as mais expressivas foram em Mato Grosso (menos 573,6 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (menos 346,1 mil cabeças), Bahia (menos 237,2 mil cabeças) e Goiás (menos 220,3 mil cabeças). O único estado com mais de 1% de participação no abate bovino a apresentar alta foi Santa Catarina (mais 59,5 mil cabeças).

Mato Grosso continuou liderando o ranking das UFs do abate de bovinos em 2020, com 17,1% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (10,9%) e São Paulo (10,5%).

No 4º trimestre de 2020, foram abatidos 7,3 milhões de cabeças, queda de 9,6% frente ao 4° trimestre de 2019 e 5,5% abaixo do 3º tri de 2020. É o resultado mais baixo para um 4° trimestre desde 2010.

Com altas desde 2005, abate de suínos aumenta 6,4% e atinge novo recorde em 2020

Foram abatidos 49,3 milhões de cabeças de suínos em 2020, um aumento de 6,4% (mais 3,0 milhões de cabeças) em relação ao ano de 2019. Na série histórica desde 1997, somente na passagem de 2003 para 2004 não houve crescimento da atividade. A partir de 2005, ocorreram altas ininterruptas, culminando em novo patamar recorde em 2020.

Houve alta em todos os meses de 2020, frente ao ano anterior, e a maior foi em junho (mais 568,3 mil cabeças). O ano teve exportações recordes da carne suína in natura, assim como uma valorização expressiva do produto.

Houve acréscimos no abate em 11 das 25 Unidades da Federação participantes da pesquisa. Entre aquelas com participação acima de 1%, ocorreram aumentos em: Santa Catarina (mais 1,68 milhão de cabeças), Paraná (mais 727,7 mil cabeças), Minas Gerais (mais 275,7 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (mais 207,7 mil cabeças) e Mato Grosso (mais 187,1 mil cabeças). Em contrapartida, ocorreram quedas em: Rio Grande do Sul (menos 79,0 mil cabeças), Goiás (menos 34,6 mil cabeças) e São Paulo (menos 4,4 mil cabeças).

Santa Catarina manteve a liderança no abate de suínos em 2020, com 28,8% do abate nacional, seguido por Paraná (20,2%) e Rio Grande do Sul (16,9%).

No 4º trimestre de 2020, foram abatidos 12,5 milhões de cabeças de suínos, aumento de 4,9% frente ao mesmo período de 2019 e queda de 1,8% em relação ao 3° trimestre de 2020. Este foi o melhor 4° trimestre da série histórica (1997). Desde 2014, há crescimento do número de cabeças abatidas quando comparamos um 4o trimestre com o do ano imediatamente anterior. As exportações de carne suína in natura também foram recordes para o período.

Abate de frangos sobe 3,3% e bate recorde em 2020

Em 2020, foram abatidos 6 bilhões de cabeças de frango, aumento de 3,3% (mais 190,8 milhões de cabeças) em relação a 2019, novo recorde da série histórica iniciada em 1997. Comparando os meses de 2020 e 2019, houve reduções em maio (menos 29,0 milhões de cabeças) e agosto (menos 177,0 mil cabeças) e acréscimo nos demais períodos, com destaque para março (mais 61,7 milhões de cabeças) e dezembro (mais 53,2 milhões de cabeças).

Houve aumentos no abate em 18 das 25 Unidades da Federação. Entre aquelas com participação acima de 1%, ocorreram aumentos em: Paraná (mais 115,5 milhões de cabeças), Mato Grosso do Sul (mais 21,8 milhões de cabeças), Minas Gerais (mais 19,52 milhões de cabeças), São Paulo (mais 16,8 milhões de cabeças), Goiás (mais 8,6 milhões de cabeças), Bahia (mais 7,9 milhões de cabeças), Pernambuco (mais 5,9 milhões de cabeças), Santa Catarina (mais 2,7 milhões de cabeças) e Rio Grande do Sul (mais 1,4 milhões de cabeças). Em contrapartida, as quedas ocorreram em Mato Grosso (menos 11,1 milhões de cabeças) e Pará (menos 5,6 milhões de cabeças).

O Paraná continuou liderando amplamente o ranking das UFs no abate de frangos em 2020, com 33,4% de participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,7%) e logo em seguida por Rio Grande do Sul (13,6%).

No 4º trimestre de 2020, foi abatido 1,6 bilhão de cabeças de frangos. Esse resultado significou aumentos de 5,6% em relação ao mesmo período de 2019 e de 2,6% frente ao 3° trimestre de 2020, e constitui um novo recorde para a série histórica iniciada em 1997. Como o desempenho das exportações de carne de frango não se destacou nesse trimestre, podemos considerar que boa parte desse aumento foi destinado ao consumo interno.

Aquisição de leite aumenta 2,1% e atinge maior número da série histórica

Em 2020, os laticínios que atuam sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária captaram 25,5 bilhões de litros, aumento de 2,1% em comparação com 2019. O resultado deu continuidade à sequência de resultados positivos, observada desde 2017. Além disso, trata-se de um recorde para o acumulado anual, levando em consideração a série histórica, iniciada em 1997. Na comparação mensal, os únicos meses que apresentaram variações negativas em relação a 2019 foram junho (menos 34,9 milhões de litros) e maio (menos 25,9 milhões de litros). Por outro lado, a variação positiva mais significativa foi constatada em fevereiro (mais 129,9 milhões de litros). O ano de 2020 foi marcado por variações na demanda por produtos lácteos, influenciada pelas restrições impostas por conta do isolamento social e pela valorização do leite, acompanhada do aumento dos custos de produção do setor.

Houve aumento no volume captado em 14 das 26 Unidades da Federação participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. As variações positivas absolutas mais consideráveis ocorreram em Minas Gerais (mais 224,3 milhões de litros), Paraná (mais 172,5 milhões de litros), Santa Catarina (mais 123,7 milhões de litros), Bahia (mais 103,0 milhões de litros) e Sergipe (mais 63,3 milhões de litros). Em contrapartida, ocorreram quedas em 12 estados, sendo a mais expressiva verificada em Goiás (menos 136,6 milhões de litros).

Minas Gerais manteve a liderança no ranking das UFs, com 25,5% de participação nacional, seguida pelo Paraná (13,6%) e Rio Grande do Sul (13,0%).

No que diz respeito ao 4º trimestre de 2020, a aquisição de leite cru foi de 6,8 bilhões de litros, equivalente a aumentos de 1,1% em relação ao 4° trimestre de 2019, e de 4,0% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Apesar dos impactos econômicos causados pela pandemia, esse resultado foi recorde considerando todos os trimestres da série histórica da pesquisa, iniciada em 1997. O setor leiteiro é caracterizado por um comportamento cíclico, em que os 4º trimestres regularmente apresentam um pico de produção em relação aos trimestres anteriores, impulsionado pelo período de safra em algumas das principais bacias leiteiras do país. O mês de maior captação dentro do período foi dezembro, no qual foram contabilizados 2,3 bilhões de litros de leite.

Aquisição de couro tem queda de 7,4% em 2020

Em 2020, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que curtem pelo menos 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 30,8 milhões de peças inteiras de couro cru bovino. Essa quantidade foi 7,4% menor que a registrada no ano anterior. Na comparação mensal em relação aos respectivos períodos de 2019, dezembro foi o único mês a apresentar variação positiva (mais 96,7 mil peças) enquanto em abril foi constatada a maior retração (menos 606,4 mil peças). A redução do abate bovino e a recessão econômica causada pela pandemia de COVID-19 influenciaram o arrefecimento da atividade ao longo do ano.

Houve retração do recebimento de peles bovinas em 15 das 19 Unidades da Federação que possuem pelo menos um curtume ativo enquadrado no universo da pesquisa. As variações negativas mais significativas ocorreram em São Paulo (menos 481,1 mil peças), Mato Grosso do Sul (menos 475,2 mil peças), Mato Grosso (menos 433,0 mil peças), Pará (menos 429,8 mil peças) e Rio Grande do Sul (menos 266,6 mil peças). Por outro lado, o aumento mais significativo ocorreu no Paraná (mais 219,4 mil peças).

No ranking das UFs, Mato Grosso continuou liderando em 2020, com 16,5% de participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (13,4%) e São Paulo (11,2%).

No 4º trimestre de 2020, os curtumes declararam ter recebido 7,7 milhões de peças de couro, o que representa redução de 1,5% em relação ao adquirido no 4° trimestre de 2019 e queda de 6,5% frente ao 3° trimestre de 2020. A restrição de animais para o abate verificada no trimestre também afetou a atividade.

Produção de ovos cresce 3% e chega a 4 bilhões de dúzias, nível recorde

A produção de ovos de galinha foi de 4,0 bilhões de dúzias em 2020, apresentando um aumento de 3% em relação a 2019. Com exceção de novembro (menos 3,1 milhões de dúzias) e outubro (menos 766 mil dúzias), houve acréscimo em todos os demais períodos na comparação mensal entre 2020 e 2019, com destaque para fevereiro (mais 20,1 milhões de dúzias). O resultado foi influenciado pelo aumento do consumo do produto em meio à recessão instaurada por conta da pandemia, por se tratar de uma proteína de valor mais acessível em comparação às carnes. Por outro lado, houve incremento significativo nos custos de produção do setor.

Houve aumento de produção em 18 das 26 UFs com granjas enquadradas no universo da pesquisa. Os aumentos mais expressivos foram em São Paulo (mais 25,3 milhões de dúzias), Santa Catarina (mais 16,0 milhões de dúzias), Bahia (mais 13,8 milhões de dúzias), Mato Grosso (mais 12,5 milhões de dúzias), Mato Grosso do Sul (mais 11,8 milhões de dúzias) e Paraná (mais 11,5 milhões de dúzias). Entre as UFs com quedas na produção, se destacaram Goiás (menos 6,8 milhões de dúzias) e Minas Gerais (menos 6,7 milhões de dúzias).

São Paulo continua liderando, com 28,9% da produção nacional, seguido pelo Paraná (9,1%), que apresentou incremento na sua produção em relação a 2019, e ultrapassou o segundo e terceiro colocados, que tiveram quedas em 2020. A terceira maior produção do país foi do Espírito Santo (9,1%, muito próxima do segundo colocado) e em seguida de Minas Gerais (8,9%). A Região Sudeste continuou responsável por quase metade da produção de ovos do país: originou 47% do total produzido em 2020.

O cruzamento de informações cadastrais das granjas, com os dados apurados no ano de 2020, possibilitou contabilizar a quantidade de granjas e de ovos produzidos, segundo a finalidade da produção (consumo e incubação). Verificou-se que mais da metade das granjas (1.109 ou 55,2%) produziram ovos para o consumo, respondendo por 80,7% do total de ovos produzidos, enquanto 900 granjas (44,8%) produziram ovos para incubação, respondendo por 19,3% do total de ovos produzidos.

No 4º trimestre de 2020, a produção de ovos de galinha foi de 990,4 milhões de dúzias no 4º trimestre de 2020. Essa quantidade foi 0,1% inferior à apurada no trimestre equivalente de 2019 e 2,6% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior. O setor foi impactado pela elevação dos preços dos insumos e pelo excesso de oferta, que mitigou o repasse dos custos ao consumidor. Ainda assim, o 4º trimestre de 2020 apresentou a 3ª maior produção e o melhor mês de dezembro da série histórica iniciada em 1987.

Fonte: IBGE

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