FGV: Agroindústria finaliza 2020 em queda, mas acelera neste início de 2021
De acordo com o Índice de Produção Agroindustrial PIMAgro da Fundação Getúltio Vargas (FGV), divulgado nesta quinta-feira (18), o ano de 2020 encerrou com recuo nos resultados do setor da agroindústria, mas analistas da instituição apontam um início de 2021 em trajetória de recuperação.
A expectativa da entidade para este ano é de que a agroindústria brasileira cresça 5% em relação a 2020, impulsionada pela produção de produtos não-alimentícios, que deve ser ampliada em 7%, e dos alimentícios e bebidas, com perspectiva de aumento de 3,1%. Como apoio a estas previsões, o relatório aponta a suposição de que o controle da pandemia será razoavelmente efetivo ao longo do ano e que não ocorra nenhum evento político severamente adverso. Além disso, há a perspectiva de uma alta no Produto Interno Bruto (PIB), uma menor depreciação da moeda nacional, manutenção da confiança do empresário industrial no patamar observado em dezembro/2020, favorecimento das exportações de Produtos Alimentícios e Bebidas e aumento das importações de Produtos Não-Alimentícios.
Apesar da queda de 1,1% na produção agroindustrial em 2020, em comparação ao resultado de 2019, segundo análise do setor Agro da FGV, o desempenho pode ser considerado positivo, dadas as adversidades geradas pela pandemia da Covid-19 no ano passado.
Conforme o reporte da Fundação, a expectativa é de recuperação neste início de ano, já que nos últimos seis meses de 2020 foram registradas taxas interanuais de crescimento positivas.
O setor de produtos alimentícios registrou expansão de 4,2% em 2020 no comparativo com o ano anterior, puxada pelo subgrupo de alimentos de origem vegetal, que ampliou em 10,9% seus resultados.
A análise da FGVAgro é de que o setor foi, de certa forma, beneficiado pela pandemia, sobretudo pelos programas de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial, concedido pelo Governo Federal.
Apesar disso, o setor de produtos alimentícios inicia 2021 em trajetória desacelerada, motivada pelas taxas interanuais negativas de crescimento no último bimestre de 2020.
Já no caso dos produtos não-alimentícios, o recuo em 2020 foi de 6,1% frente a 2019. Entre os subgrupos que contribuíram para a retração estão os produtos têxteis (-17,4%), bicombustíveis (-10%) e borracha (-12,1%).
Entretanto, entre os produtos não-alimentícios, houve alta de 2,3% nos insumos agrícolas que, praticamente não sentiram os efeitos adversos da pandemia, impactados de maneira positiva pelo bom momento da agropecuária no país.