Emater Goiás e Embrapa implantam mais 103 unidades de multiplicação de BRS Capiaçu
O projeto de multiplicação do BRS Capiaçu, variedade de capim com alto potencial produtivo para a bovinocultura leiteira, será expandido com a instalação de mais 103 unidades em Goiás. A iniciativa é coordenada pelo Governo do Estado, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Em 2020, quando o trabalho teve início, foram implantadas 39 unidades em Goiás. Com as novas instalações, serão 142 unidades espalhadas em todas as regionais administrativas da Emater: Região Planalto (13), Região Vale do Paranã (28), Região Rio dos Bois (11), Região Rio das Antas (29), Região Vale do São Patrício (12), Região Rio Vermelho (05), Região Rio Paranaíba (05), Região Estrada de Ferro (14), Região Sul (02), Região Caiapó (06), Região Serra da Mesa (10) e Região Sudoeste (07).
As mudas serão entregues nos escritórios da Agência Goiana até a próxima sexta-feira (06) para, posteriormente, serem plantadas em propriedades assistidas pela instituição, que funcionarão como centros de multiplicação da variedade. “Existe uma demanda muito grande dos produtores por esse material e sentimos a necessidade de multiplicar e levar até eles. É um material extremamente importante, muito produtivo e nutritivo para os animais”, explica o gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural, Luiz César Gandolfi.
Ainda segundo o profissional, com a distribuição realizada pela Emater, fica garantida a entrega de um produto original, já que muitas mudas de BRS Capiaçu disponíveis no mercado são visualmente semelhantes, mas intrinsecamente não têm as mesmas características desse capim.
“O técnico da Emater é responsável por identificar no município em que atua um produtor com o perfil para implantar essa unidade na propriedade dele. O profissional faz um plano técnico-operacional para realizar a multiplicação”, detalha o analista de Desenvolvimento Rural, Célio Oliveira. De acordo com ele, as unidades de multiplicação, diferentemente das demonstrativas, implicam na certeza de bons resultados, uma vez que a fase de testes do material já foi concluída e sua funcionabilidade é garantida, como no caso do Capiaçu.
A ideia, conforme Célio Oliveira e o engenheiro agrônomo Darcy Gonçalves, um dos coordenadores da ação, é que os produtores possam articular entre si uma espécie de rede de compartilhamento. “O produtor terá em sua propriedade material para ele mesmo fazer uma área maior ou disponibilizar mudas para outros produtores interessados”, explicaram os profissionais.
Orientações
A Embrapa determina algumas medidas básicas para o estabelecimento da cultura de BRS Capiaçu. A primeira delas é a escolha de áreas com solos férteis e com possibilidade de mecanização e irrigação. A capineira, conforme a recomendação, deve ser formada em área que facilite o transporte da forragem colhida, o enchimento dos silos e a realização da adubação. Áreas sujeitas a alagamentos devem ser evitadas, já que o Capiaçu não resiste a solos encharcados.
Outra instrução é o preparo do solo de forma convencional, com arações e gradagens de acordo com as necessidades e condições da área. Deve-se dar atenção especial ao controle de plantas daninhas para não comprometer a longevidade da capineira. Além disso, o plantio deve ser realinhado no início da estação chuvosa, em sulcos de, aproximadamente, 20 a 30 centímetros de profundidade e espaçados entre de 0,80 a 1,20 metro.
Após essa etapa, a primeira adubação deve ser feita quando as plantas atingirem a altura média de 50 centímetros. Atenta-se, ainda, para o fato de que a cultivar é suscetível às cigarrinhas das pastagens. No entanto, com um manejo bem executado, apresenta boa tolerância ao ataque da praga.