Australiana Nufarm vende ativos da América do Sul por US$ 800 mi para pagar dívidas

Publicado em 30/09/2019 13:01

Por Aby Jose Koilparambil

(Reuters) - A australiana Nufarm venderá seus ativos sul-americanos de proteção de cultivos e tratamento de sementes para seu maior acionista, a japonesa Sumitomo Chemical, por 1,19 bilhão de dólares australianos (804,80 milhões de dólares), para ajudar a pagar dívidas em meio a uma seca na Austrália.

As ações da Nufarm subiram até 56% nesta segunda-feira pela manhã, seu melhor ganho percentual intradiário, para uma alta de mais de um ano de 6,94 dólares australianos.

As empresas agrícolas australianas estão lutando para aumentar os fluxos de caixa, uma vez que os lucros são prejudicados pelo clima seco severo que ameaçou a produção de grãos na costa leste da Austrália.

A Nufarm também foi atingida por inundações em partes dos Estados Unidos, onde opera várias unidades.

A venda de ativos permitirá que a Nufarm se concentre nos mercados de proteção de safras com margens altas na Europa e na América do Norte, e a empresa espera que sua exposição à Austrália propicie ganhos depois que o setor se recuperar de dois anos de seca, informou a Nufarm em comunicado.

"Há preocupações de que a seca tenha afetado as operações locais da Nufarm", disse Michael McCarthy, estrategista-chefe da CMC Markets.

"Conseguir perceber o valor de seus negócios na América do Sul aliviou muitas preocupações de que possa haver pressão do balanço patrimonial devido à seca em Nufarm", disse ele.

A Nufarm, que afirmou que a transação inclui ativos no Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, possui uma dívida líquida de 1,25 bilhão de dólares australianos.

Para a Sumitomo Chemical, que possuía cerca de 16% da Nufarm em outubro do ano passado, o acordo ajudará a triplicar sua receita de proteção de culturas na América do Sul, superando a receita da região norte-americana, informou a empresa japonesa em comunicado.

A empresa espera se beneficiar do crescimento esperado no mercado de proteção de culturas da América do Sul, particularmente no Brasil.

(Reportagem adicional de Nikhil Nainan em Bengalore)

Fonte: Reuters

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