Fluopiram, fungicida mais eficiente e menos tóxico terá registro liberado
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai liberar nos próximos dias o registro de produtos à base do ingrediente ativo Fluopiram, que poderá ser usado para combater nematóides nas culturas de batata, café, cana e soja e fungos nas culturas de algodão, feijão, milho e soja. O produto é uma molécula com atividades fungicida e nematicida altamente eficaz e estava há 10 anos na fila esperando a análise do pleito de registro.
Os registros serão liberados tanto para produtos técnicos, que são aqueles usados pela indústria, como para produtos formulados, que são os já disponíveis para o uso nas lavouras. O produto é atualmente aprovado pelas autoridades reguladoras de países da Europa, Estados Unidos e Austrália, onde está disponível para uso.
“É uma nova opção para o controle de nematoides, que são pragas muitas vezes invisíveis, mas que podem causar grandes danos à agricultura, além de ser um produto menos tóxico do que os já existentes no mercado”, explica o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio.
Os produtos formulados à base do Fluopiram oferecem um novo modo de ação para o controle de nematoides, sendo uma importante ferramenta para auxiliar o agricultor no manejo desta praga, cujo crescimento populacional é favorecido devido às condições de solo e clima do Brasil. Os nematoides são vermes microscópios presentes no solo, na água doce e salgada e muitas vezes são parasitas de animais, insetos e também de plantas. São invisíveis a olho nu e vivem no solo se alimentando dos nutrientes nas raízes das plantas.
As doses do Fluopiram necessárias para o controle dessas pragas são mais baixas, reduzindo, desta forma, o descarte de embalagens e principalmente a quantidade de produto aplicado nas culturas, na comparação com os disponíveis atualmente no mercado.
Do ponto de vista toxicológico e ambiental, todos os estudos e informações apresentadas, bem como suas recomendações de bula, foram avaliadas e aprovadas pelos respectivos órgãos competentes (Anvisa e Ibama) e, portanto, considerados seguros à saúde humana e ao meio ambiente.
Novos registros
Nos últimos anos, diversas medidas desburocratizantes foram adotadas para que a fila de registros de defensivos agrícolas ande mais rápido no Brasil. O objetivo é aprovar novas moléculas, menos tóxicas e mais ambientalmente corretas, e assim substituir os produtos antigos.
Tanto no Ministério da Agricultura, como no Ibama, e na Anvisa, os setores responsáveis pela análise de registros de defensivos foram reorganizados e tiveram servidores realocados, o que ocasionou um aumento de produtividade e o registro de produtos menos tóxicos.