Bayer diz que discorda de decisão do governo alemão de banir glifosato
BERLIM (Reuters) - A Bayer disse nesta quarta-feira que discorda de uma decisão do governo alemão de proibir o uso de glifosato a partir do final de 2023, dizendo que a substância usada em pesticida fabricado por sua unidade com sede nos Estados Unidos Monsanto pode ser usada com segurança.
"Essa proibição ignoraria as esmagadoras avaliações científicas de autoridades competentes em todo o mundo que determinaram há mais de 40 anos que o glifosato pode ser usado com segurança", disse a gigante alemã de produtos químicos.
O glifosato é objeto de ações de bilhões de dólares nos EUA contra a Monsanto por alegações de que o produto causa câncer. Preocupações com a segurança do glifosato surgiram quando uma agência da Organização Mundial da Saúde concluiu em 2015 que ele provavelmente causa câncer, o que a Bayer contesta.
O governo alemão pretende banir o uso do controverso herbicida glifosato a partir do final de 2023, segundo notícia publicada pela Reuters nesta quarta-feira com informação de duas fontes governamentais.
(Por Tassilo Hummel)
Alemanha vai banir uso de glifosato a partir do final de 2023, dizem fontes
Por Andreas Rinke
BERLIM (Reuters) - O governo alemão vai banir o uso do controverso herbicida glifosato, alvo de ações judiciais nos Estados Unidos sob acusações de que causaria câncer, a partir do final de 2023, disseram duas fontes governamentais à Reuters.
O movimento alemão vem após a Câmara dos Deputados da Austrália ter aprovado em julho um projeto proibindo o uso de glifosato e após cerca de 20 prefeitos franceses terem no mês passado banido o produto de suas cidades.
Pesticidas baseados em glifosato têm sido usados por mais de 40 anos e são os mais utilizados produtos de controle de pragas no mundo.
O glifosato foi desenvolvido pela Monsanto sob a marca Roundup. Ele já teve a patente vencida e é comercializado em todo o mundo por dezenas de outros grupos químicos, incluindo Dow Agrosciences e a alemã BASF.
Preocupações com a segurança surgiram quando a Organização Mundial de Saúde concluiu em 2015 que ele provavelmente causa câncer.
A Bayer, que adquiriu a Monsanto no ano passado, disse que estudos e reguladores apontaram o glifosato e o Roundup como seguros para o uso humano. A companhia enfrenta ações judiciais sob alegações de que o produto causa linfoma não-Hodgkin.