Com mercado aquecido, indústria de biológicos cresce de 10 a 15% ao ano

Publicado em 17/08/2019 18:38

“Estamos vivendo um novo momento. O controle biológico deixou de ser agricultura alternativa. Evoluiu em conceitos e abordagens e está cada vez mais integrado às estratégias de gestão produtiva. Isso demanda cada vez mais profissionalização na área”. 

A avaliação é do pesquisador e professor da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq/USP), José Roberto Postali Parra, que apresentou a conferência de abertura do 16º Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), em Londrina, PR.

De acordo com o professor, o conceito de controle biológico se ampliou nos últimos anos. Não se trata apenas de controlar um inseto como ocorria nos primeiros anos. O conceito hoje também abrange outras abordagens de manejo, com os biofertilizantes, bioestimulantes e bioagentes.

-- “É um mercado que está aumentando na ordem de 10 a 15% ao ano no mundo”, destaca.

O controle biológico passa a integrar uma estratégia que reduz a pressão no ambiente, ampliando inimigos naturais em regiões com forte presença de hospedeiros da praga.

-- "O controle biológico não resolve nada isoladamente. É um componente das estratégias que compõem o Manejo Integrado de Praga”, explica.

De acordo com Parra, a agregação de conhecimentos de outras áreas, além da biológica, está permitindo uma revolução no segmento. Anteriormente, por exemplo, a liberação de insetos era feita em pequenas quantidades e as populações de inimigos naturais aumentavam lentamente. As culturas agrícolas tinham que ser perenes ou semi-perenes.

Hoje, o volume de produção de insetos produzidos nas biofábricas, associado às novas tecnologias de liberação, como uso de drones e técnicas de georeferenciamento, permite uma ação muito mais rápida, precisa e com resultados reais. “A tecnologia permite adotar o que chamamos de New Aproach, ou seja, novas abordagens, como o caso do manejo externo à lavoura”, explica o pesquisador. O caso do greening do Citrus  é um exemplo de como o manejo externo pode contribuir decisivamente para produção com sustentabilidade.

O mundo está olhando para o potencial de inovação dos biológicos. “A China, por exemplo, anunciou investimentos da ordem de US$ 340 milhões em produtos biológicos”, aponta. No Brasil, os investimentos também estão crescendo, com projetos financiados pela Embrapii e pela Fundação Fapesp junto às empresas privadas, assim como maior incentivo às startups. Além disso, a associação do conhecimento agronômico e biológico com as novas tecnologias habilitadoras da agricultura 4.0 devem propiciar avanços rápidos.

Ainda falta conhecimento sobre o que são os produtos biológicos e como usá-los

Durante o Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), que está sendo realizado de 11 a 15 de agosto, em Londrina (PR) a diretora de pesquisa da empresa australiana AgBitech, Paula Marçon, disse que os produtores ainda tem desconhecimento sobre os benefícios e as vantagens dos insumos biológicos. Paula apresentou dados de pesquisa de opinião, realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio,) em que 79% dos produtores brasileiros dizem não ter intenção de usar ou ter dúvidas quanto à utilização de produtos biológicos. “Existe falta de conhecimento sobre o que são os produtos biológicos e como usá-los”, reforça.

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/45697290/sinais-emitidos-na-interacao-entre-planta-e-insetos-sao-usados-em-monitoramento-e-controle-de-pragas

 

Fonte: soja.imprensa@embrapa.br

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Federação da Agricultura de Sergipe lamenta mudanças do Proagro que inviabilizam produção no estado
Mapa anuncia a liberação de recurso adicional exclusivo para o seguro rural no Rio Grande do Sul
Agricultura familiar impulsiona geração de renda no Pará
Governo de SP regulariza terras e promove ações que fortalecem a agricultura familiar no oeste paulista
Uso de boro na nutrição de grandes culturas potencializa produtividade, mas requer atenção na aplicação
Possível aumento de imposto de fungicida importado causaria "efeito dominó", alerta Abramilho