Preços globais de alimentos sobem em abril, diz FAO; vê produção de cereais em alta
ROMA (Reuters) - Os preços mundiais dos alimentos aumentaram cerca de 1,5 por cento em abril, com um salto nos preços dos produtos lácteos e da carne ajudando a compensar a queda nas cotações de cereais, informou a agência de alimentos da ONU na quinta-feira.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) também divulgou sua primeira previsão para a produção mundial de cereais este ano, vendo uma produção recorde para 2019, após um declínio em 2018.
O índice de preços de alimentos da FAO, que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, ficou em média 170,1 pontos no mês passado, contra 167,5 pontos do índice revisado de março.
O valor de março havia sido definido anteriormente em 167,0.
O índice de abril atingiu seu nível mais alto desde junho do ano passado, mas ainda está 2,3 por cento abaixo do nível de um ano atrás.
O índice de preços de laticínios da FAO subiu 5,2 por cento em relação ao valor de março, seu quarto aumento mensal sucessivo, impulsionado pela forte demanda de importação de manteiga, leite em pó integral e queijo.
O índice de preço da carne subiu 3,0 por cento mês a mês, impulsionado em parte por um aumento nas cotações de carne suína após um aumento na demanda de importação na Ásia, especialmente na China, onde a rápida disseminação da peste suína africana impactou o mercado local.
Os índices de açúcar e óleo vegetal também subiram, mas o índice de cereais caiu 2,8 por cento no mês passado - sua quarta queda consecutiva, com o trigo liderando a baixa, à medida que as perspectivas de uma forte produção de 2019 atingem os preços.
A FAO disse que o índice de cereais em geral foi pressionado por "grande oferta de exportação e desaceleração do comércio".
Em sua primeira previsão para 2019, a FAO previu que a produção mundial de cereais chegaria a um recorde de 2,722 bilhões de toneladas este ano, um aumento de 2,7 por em relação aos níveis de 2018, quando a produção declinou.
"Entre os principais cereais, trigo, milho e cevada representariam a maior parte do aumento na produção de cereais, com projeções de aumentos anuais de 5 por cento, 2,3 por cento e 5,4 por cento, respectivamente", disse a FAO.
A produção global de arroz foi vista em grande parte estável.
A FAO disse que o consumo global de cereais deve aumentar em pelo menos 1,1 por cento este ano, devido à crescente população mundial, com a utilização mundial de cereais crescendo 1,5 por cento em 2019/20.
Isso significa que os estoques mundiais de cereais deverão cair 0,7 por cento, para 847 milhões de toneladas - o menor volume desde 2015/16.
(Por Crispian Balmer)