Aplicativo de agrometeorologia é destaque do Iapar na ExpoLondrina
Publicado em 05/04/2019 11:19
Nova edição do Atlas Climático do Paraná, raça Purunã e atividades na Via Rural também marcam presença da instituição na feira
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) apresenta pela primeira vez na ExpoLondrina o “Iapar Clima”, um aplicativo para smartphones que aponta em tempo real as condições agrometeorológicas das regiões produtoras do Paraná.
Previsão do tempo, chuva acumulada, situação da água no solo, temperatura e mapas climáticos são algumas funcionalidades do Iapar Clima, que faz a compilação de dados obtidos por 22 estações meteorológicas do Instituto e outras 38 do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
De acordo com Pablo Ricardo Nitsche, pesquisador do Iapar que trabalhou no desenvolvimento do aplicativo, o objetivo é oferecer aos técnicos e produtores uma ferramenta para decidir sobre o melhor momento de planejar operações agrícolas como semeadura, aplicação de agrotóxicos e colheita. “É especialmente útil para acompanhar as condições hídricas do solo”, disse.
O aplicativo foi desenvolvido em parceria com o Simepar e está disponível para aparelhos Android. Pode ser baixado gratuitamente no Google Play. A versão para IOS ficará pronta nos próximos meses. Também está prevista a adição de novas funcionalidades, como aviso de geadas para a cafeicultura e horas de frio e alerta fitossanitário para pomares de maçã.
ATLAS CLIMÁTICO – Os pesquisadores também estarão à disposição dos visitantes da ExpoLondrina para apresentar a versão atualizada do Atlas Climático do Estado do Paraná, lançada no início deste ano.
Em 188 mapas, a obra apresenta as normas de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar, evapotranspiração potencial, radiação solar global e insolação obtidas em estações meteorológicas do Iapar e do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
Os meteorologistas denominam “normais” os dados médios coletados por um período mínimo de 30 anos.
Variáveis climáticas influenciam decisões em todos os elos das cadeias produtivas e, por isso, é importante que os profissionais busquem acompanhá-las, afirma Nitsche. “Elas interferem inclusive na formação de preços, e podem determinar o sucesso ou o fracasso em uma safra”.
Juntamente com Nitsche, são autores do Atlas Climático do Estado do Paraná os pesquisadores Paulo Henrique Caramori e Wilian da Silva Ricce. A obra, disponível em formato digital, pode ser baixada no endereço www.iapar.br.
PURUNÃ – Este ano serão mostrados na ExpoLondrina oito exemplares de Purunã obtidos por meio de fertilização in vitro, estratégia de multiplicação de animais superiores que o Iapar vem desenvolvendo em parceria com o Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), de Ponta Grossa. A ideia é acelerar a oferta de reprodutores ao setor produtivo, explica o pesquisador José Luiz Moletta.
Desenvolvida em mais de três décadas de cruzamentos dirigidos entre Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim, a raça Purunã foi planejada para agregar os melhores atributos de suas raças formadoras.
Charolês contribuiu com a velocidade de ganho de peso, grande rendimento de carcaça e elevado porcentual de carnes nobres. Angus conferiu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além de carne macia e com alta qualidade de marmoreio. Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos parasitas.
Purunã é a primeira raça de gado de corte desenvolvida no Paraná e também a única gerada em um centro estadual de pesquisa. O trabalho para sua formação começou no início da década de 1980. Os pesquisadores constataram que, na luta para aumentar o rendimento dos rebanhos – com uso de inseminação artificial, seleção genética e cruzamentos industriais –, os criadores encontravam dificuldades na condução de acasalamentos, e terminavam não considerando parâmetros genéticos cruciais para obter o máximo que cada uma das raças envolvidas pode oferecer.
Foi a partir desta constatação que os pesquisadores do Iapar propuseram entregar aos pecuaristas um composto – também chamado de sintético, pois é obtido pelo cruzamento sucessivo e controlado de diferentes raças – já pronto, formado a partir das raças Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim.
O nome da raça é uma homenagem à Serra do Purunã, que separa o primeiro e o segundo planaltos do Paraná e é próxima da Fazenda-Modelo, em Ponta Grossa, estação experimental onde vem sendo realizado todo o trabalho de cruzamentos e seleção.
VIA RURAL – O Iapar apresenta no espaço de agricultura da ExpoLondrina cultivares e tecnologia de produção de café; orientações para o cultivo de maracujá; técnicas de manejo e conservação do solo, incluindo uso de trigo-mourisco como cobertura de solo e consórcio de milho com braquiária; manejo integrado de pragas na cultura de milho e ainda, um espaço para apresentar as vantagens da integração lavoura-pecuária-floresta.
EXPO – A 59ª edição da ExpoLondrina começa nesta sexta-feira (5) e prossegue até o dia 14, no Parque Governador Ney Braga, em Londrina. Mais informações em www.expolondrina.com.br.
Fonte:
Iapar