Ministra da Agricultura defende seguro rural ampliado; crédito para safrinha será para pequenos e médios
(Reuters) - Diante de perdas nas safras de grãos em vários Estados brasileiros devido ao clima adverso, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quinta-feira que o seguro rural no Brasil deve ser ampliado.
Durante visita ao Sul do Brasil, onde esteve participando de cerimônia de abertura da colheita da soja, ela disse a autoridades, parlamentares e produtores locais que tem discutido mudanças no seguro rural, segundo nota do Ministério da Agricultura.
As declarações foram feitas em momento em que produtores de soja do Paraná contabilizam perdas pela seca, enquanto no Rio Grande do Sul chuvas excessivas reduziram o potencial produtivo.
"Quando estão com a produção segurada, os produtores não perdem o sono e nem precisam pedir renegociação de dívida com o pires não", disse a ministra, informando que tem feito várias reuniões para tratar do assunto, com autoridades como o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e Roberto Campos Neto, que deverá sucedê-lo no cargo.
"O seguro rural precisa ter alcance, ser amplo, democrático", defendeu Teresa.
A safra de soja 2018/19 no Paraná deverá alcançar 16,8 milhões de toneladas, abaixo dos 19,12 milhões previstos em dezembro e 12 por cento aquém do registrado em 2017/18, devido aos efeitos da seca, previu nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão do governo do Estado.
O Rio Grande do Sul, também um dos maiores produtores de grãos do Brasil, já registrou perdas por chuvas excessivas nas lavouras de soja e arroz estimadas em quase 800 milhões de reais, informou na quarta-feira a Emater, o órgão de assistência técnica do Estado.
Depois de sobrevoar a região de Uruguaiana (RS), alagada pelas cheias dos rios, a ministra ouviu relatos sobre as perdas causadas pelas chuvas, que afetaram principalmente a produção de arroz na região, informou o ministério.
A ministra disse a produtores e autoridades locais que "podem contar com a máxima boa vontade do ministério para encontrar solução para os problemas causados na agricultura".
Produtores locais pediram renegociação de dívidas, e recuperação do preço mínimo do arroz e falaram sobre impostos que recaem sobre o produto.
Durante evento no município de Apucarana (PR), a ministra disse ainda que está alterando o funcionamento das Câmaras Setoriais do ministério, unificando os temas de interesse para dar-lhes mais funcionalidade.
Sobre recursos para financiar a safrinha de milho, ela declarou que está sendo colocado mais crédito à disposição para atender, até o próximo plano safra, senão todos, pelo menos pequenos e médios produtores.
"A decisão deverá ser oficializada em reunião do Conselho Monetário Nacional na próxima semana", segundo nota do ministério.
Governo decreta situação de emergência em 23 municípios (Ag Brasil)
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), informou hoje (24) que publicou no Diário Oficial da União (DOU) o reconhecimento federal de situação de emergência em 23 municípios dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Segundo a pasta, com a medida os entes já podem solicitar ajuda emergencial e recursos da União.
Segundo a portaria, a situação de emergência abrange sete cidades do Rio Grande do Sul atingidas pelas fortes chuvas que causaram danos físicos e econômicos na região. São elas: Alegrete, Quaraí e Rosário do Sul (chuvas intensas); Dom Pedrito e São Francisco de Assis (enxurradas); Gentil (Granizo); e Uruguaiana (Vendaval).
Na tarde de ontem (23), o ministro do MDR, Gustavo Canuto, anunciou o repasse de R$ 4,5 milhões para 18 cidades gaúchas que decretaram situação de emergência em função de danos causados por chuvas intensas no estado. Cada município receberá cerca de R$ 250 mil.
Na Bahia, os municípios atingidos pelas chuvas intensas foram Ilhéus, Jequié e Jucuruçu. O município de Mucuri atingido por erosão costeira e o de Remanso que sofre com a estiagem.
O longo período de estiagem também atinge a população de quatro municípios mineiros: Carbonita, Januária, Juramento e Matias Cardoso. O mesmo fenômeno acontece em Amparo de São Francisco (CE). Já a seca severa afetou Itatira (CE), Carira (SE) e Tobias Barreto (SE).
A capital do Amazonas, Manaus foi enquadrada em outro tipo de desastres naturais, por um incêncios. O município paulista de Tejupá foi enquadrado por colapso de edificações.
De acordo com o ministério, para receber auxílio da Defesa Civil Nacional, estados e municípios precisam obter o reconhecimento federal de situação de emergência ou calamidade pública. O reconhecimento federal permite o acesso das cidades afetadas por desastres naturais.