El Niño altera dinâmica de pragas e doenças e exige atenção de agricultores

Publicado em 02/10/2018 16:54
Seca na região do MAPITOBA cria ambiente propício a insetos, enquanto excesso de chuvas no Sul gera preocupação com a ferrugem asiática

As últimas informações meteorológicas confirmam a previsão de que o El Niño irá atuar em sua plenitude até o fim do ano, afetando diretamente a safra de verão 2018/2019. “Cada localidade sofre de uma maneira distinta com a ação do fenômeno, mas em todas elas é preciso estar preparado e atento às previsões de mudanças nos padrões de distribuição das chuvas para evitar atrasos de plantio e perdas na produtividade devido à exposição à eventos de estiagem prolongados”, explica o agrometeorologista da Climatempo, João Castro.

Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, o El Niño promove alteração na distribuição de chuvas em todo o mundo, afetando consideravelmente a agricultura. No Brasil, os efeitos do fenômeno são excesso de chuvas no Sul, seca no Nordeste e precipitações irregulares no Centro-Oeste. O cenário é propício para o aumento de pragas e doenças em quase todas as culturas, o que coloca os produtores em alerta e reforça a importância do monitoramento. “As regiões em que o clima fica mais quente e seco que o normal tendem a encontrar uma incidência maior de pragas, porque a chuva é um controle natural e a temperatura mais alta acelera o ciclo da praga”, afirma Luis Fernando Andrade, gerente de Produtos Inseticidas da Ihara.

De acordo com o engenheiro agrônomo, a próxima safra, principalmente na região do MAPITOBA, deve vir acompanhada de um aumento na incidência de mosca-branca e percevejos nas culturas de soja, milho e algodão. “Os agricultores precisam intensificar o monitoramento e estar preparados com as medidas de controle que já utilizam. O importante é observar algumas adequações, como o cuidado de não aplicar defensivos nos horários mais quentes”, diz. A adaptação é necessária porque a baixa umidade e as altas temperaturas dificultam o translocamento (movimentação) do produto na planta, podendo diminuir sua eficiência.

Para o especialista, uma boa saída é utilizar os defensivos em conjunto com adjuvantes, que ajudam a diminuir a evaporação do produto. Outra opção é utilizar formulações mais modernas, como é o caso dos inseticidas da Ihara, Privilege e Bold. A primeira solução é a única no mercado que controla a mosca-branca em todas as fases de desenvolvimento (ovos, ninfas e adultos). Destaca-se pelo triplo modo de ação (contato, sistêmico e translaminar), o que permite que percorra toda a planta, atingindo o inseto no momento em que ele suga a seiva, além de passar através das folhas. Já o Bold é um inseticida de alto impacto contra percevejos, devido a seu efeito de choque e residual prolongado, podendo ser aplicado de qualquer forma, seja aéreo ou terrestre.

Ferrugem asiática pode aumentar no Sul

Se na parte Norte do país o problema é causado pela seca, na região Sul o excesso de chuvas é o grande vilão das lavouras, principalmente na soja. Nessas localidades, o produtor encontra dificuldades principalmente na fase da semeadura, e posteriormente, com a questão do controle fitossanitário, pois há muita proliferação de doenças com a umidade, entre as quais a ferrugem asiática.

No Paraná, segundo maior produtor de soja do país, os agricultores que já iniciaram o plantio do grão para a safra 2018/2019 estão atentos ao aparecimento de focos da doença. “As condições ambientais de alta umidade e temperatura, associadas à nebulosidade em condições de chuva constante, propiciam o cenário ideal para a infecção e proliferação de diversas doenças, como a ferrugem da soja. O maior tempo de molhamento foliar que ocorre nestas situações é um fator chave no estabelecimento da ferrugem”, explica Luis Demant, gerente de Produtos Fungicidas da Ihara.

De acordo com o especialista, o monitoramento é essencial para evitar perdas. “Outra dica é fazer as aplicações sempre de maneira preventiva, a fim de proteger as plantas da infecção inicial pela ferrugem. O uso de tecnologias efetivas aliado às boas práticas culturais, também é importante para evitar perdas de produtividade pelo efeito climático”, diz.

A escolha de defensivos mais resistentes à lavagem pela chuva também é indicada para preservar a eficácia do controle, sobretudo em períodos mais chuvosos. “A solução de manejo da Ihara para a ferrugem asiática leva isso em conta: o Fusão EC tem alta velocidade de absorção, atingindo rapidamente todas as áreas da planta, e o Approve, com formulação diferenciada, tem resistência à chuva, ao contrário de outros fungicidas protetores”, explica Demant.

O gerente da Ihara ainda alerta para a maior possibilidade de aparecimento da antracnose e do mofo branco na região Sul, exigindo o uso de ferramentas de controle de alta eficiência contra essas doenças, como o Approve.

Fonte: Ihara

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