Guerra comercial EUA x China pode tirar 40% de valor das exportações agrícolas americanas
A guerra comercial cada vez mais intensa entre China e Estados Unidos ainda não dá sinais de trégua ou um acordo efetivo e, enquanto isso, os reflexos continuam a ser contabilizados e estimados e o mercado financeiro, reagindo. Um reporte publicado pela Academia Chinesa de Ciências Agrícolas mostrou que as tarifações que vêm sendo impostas pelos dois países deverão provocar uma queda de 40% no valor das exportações agropecuárias americanas para a nação asiática.
Os embarques de soja, algodão, carne bovina e cereais deverão perder 50% em valor cada, ainda segundo esse relatório, que tem feito simulações dos cenários pós-taxação. Dessa forma, os preços da soja importada poderiam subir 5,9% e do algodão 7,5%.
A China poderia, inclusive, adotar medidas que poderiam ir de investir na produção de outros países, na produção em outros países ou até mesmo beneficiar outras nações com potencial para serem seus fornecedores de forma mais participativa do que são hoje. Nesta semana, líderes chineses já anunciaram a queda das tarifas para soja reduziu-as no caso da alimentação animal de cinco países asiáticos, entre eles Índia, da Coreia do Sul, Bangladesh, Laos e Sri Lanka.
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Outra alternativa poderia vir ainda da busca por oferta de países inclusos na iniciativa conhecida como "One Belt, One Road", uma rota que interliga os países da região conhecida como Eurásia, multimodal - inlcuindo rodovias, ferrovias, dutos de petróleo, portos e outras estruturas. Para o governo chinês, esse é um "projeto que conecta a China com o mundo".
Dali poderiam vir maiores importações de soja e substitutos que poderiam, além de tudo, promover um incentivo à produção local de oleaginosas. Paralelamente, poderia haver ainda a manutenção de seus preços mínimas para o trigo e o arroz e da manutenção do subsídio aos produtores.
Ainda no reporte da academia chinesas, os especialistas disseram que "resolver a disputa comercial via uma negociação ainda tem sido um jogo de 'ganha-ganha', sem soluções efetivas".
O governo chinês tem buscando ainda intensificar programas de conservação ambiental, de recursos hídricos, de solos e de redução da poluição para que possa, aos poucos, implementar o quanto possa sua produção de alimentos. Ainda assim, porém, reconhece sua necessidade intensa de importação de muitos produtos agropecuários.
Nos EUA, proteção aos produtores
Na outra ponta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) pretende criar um plano que proteja financeiramente os agricultores norte-americanos contra os preços baixos em meio a essa guerra comercial. A declaração partiu do secretário do departamento, Sonny Perdue.
Embora o executivo reconheça que os agricultores buscam mais "comércio, do que ajuda", como disse, afirmou ainda que Donald Trump e seu governo têm que se manter duros com a China. Na falta de um acordo, as cotações seguem recuando, especialmente as de soja na Bolsa de Chicago, e é por isso que Perdue e sua equipe defendem um chamado
"plano de compensação".
"Nós estamos esperando que possamos ter algum tipo de plano para os produtores quando eles começarem a colheita neste outono", declarou o secretário. "Nossos economistas estão usando fórmulas e algoritmos para determinar a elasticidade dessa perturbação no comércio, versus outros fatores de mercado", completa.
>> Clique AQUI e veja a íntegra, em inglês, da declaração de Sonny Perdue na CNBC
Com informações da Bloomberg e Dow Jones.
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