Impacto na movimentação de açúcar já começa a ser visto com o impasse sobre os fretes

Publicado em 15/06/2018 15:00
Na ICE/NY nesta sexta (15), o contrato do açúcar julho caiu 21 pts, o outubro também perdeu 21 e o março/19 recuou 16. Fechando a semana de 8 a 15, segundo pesquisa de André Lopes, economista do Notícias agrícolas, ficaram menores, respectivamente, em 1,88%, 1,36% e 0,99%.

Apesar de um leve acúmulo dos embarques de açúcar no Porto de Santos, originado da greve dos caminhoneiros, mas também  com o line-up menor até a última semana, o que também demonstra que as exportações são menores, a quase paralisação do transporte diante do tabelamento de fretes já deve esta afetando a movimentação da commodity.

Ana Cláudia Cordeiro, da Canex Exportação, teria ouvido falar que o Tecon, terminal da Copersucar, estaria quase vazio. Consultada, a maior trading nacional preferiu não comentar. A Unica (que agrega as indústrias) ainda estaria fazendo um levantamento e não havia divulgada nada até 15hs.

“Tem muitas empresas que vêem o frete inviável, com o aumento, e também estão com receio de transportar com os fretes antigos”, explicou Ana Cláudia. 

Várias empresas atuam sob contratos com transportadoras, mas quando são muito pulverizadas, originando o produto em muitas unidades, como a Copersucar, deve haver uma boa parte sendo movimentada por frotistas autônomos, segmento no qual reside o problema agora nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Sucden Brasil também avalia que alguns grupos podem estar começando a ter problemas, já que retornaram às vendas com a melhora do câmbio nas semanas anteriores à greve (apesar da intervenção do Banco Central semana passada, tirando fôlego do dólar). Eduardo Sia, analista da multinacional francesa, vê, contudo, ainda açúcar já armazenado no porto ainda não totalmente escoado.

“Como os embarques seguem em ritmo lento, não temos ainda maiores problemas de performance”, completou.

Em conjunto, agora na opinião de Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, as exportações brasileiras já seguiam lentas antes da greve – apesar do câmbio - e não há mudanças observadas até a semana passada, quando o mapa de line-ups que ele avalia registrava queda de 50%.

Tanto que há deságio de 4% no porto, disse Muruci, depois de prêmio acima de 10% há algumas semanas.

"Mas claro, alguma coisa já é sentida com o impasse nos transportes com autonômos", completou.

 

Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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