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No G1: SC registra manifestações neste domingo relacionadas à greve dos caminhoneiros
Santa Catarina registrou neste domingo (27) manifestações populares relacionadas à greve dos caminhoneiros, que chegou ao sétimo dia. Em Palhoça, na Grande Florianópolis, milhares se reuniram durante a tarde com bandeiras e camisetas do Brasil. A Polícia Militar informou que 15 mil pessoas participaram da manifestação. A PRF acompanha o movimento.
A maioria das pessoas participa a pé ou de bicicleta. Perto das 15h55, os manifestantes bloquearam a BR-101 nos dois sentidos. O protestos durou cerca de 10 minutos e depois os dois sentidos da rodovia foram liberados.
Também na Grande Florianópolis, em Biguaçu manifestantes se juntaram aos caminhoneiros na BR-101 perto das 16h. As pessoas foram até o local a pé, a cavalo e com tratores agrícolas. Os manifestantes chegaram a fechar a rodovia por cerca de 10 minutos.
Leia a notícia na íntegra no site do G1 SC.
Abaixo, veja as imagens da manifestação na noite desta domingo em Florianópolis:
manifestação do presidente da farsul, Gedeão Pereira
Porto Alegre (RS), 27 de maio de 2018.
MENSAGEM AOS PRODUTORES RURAIS
Amigos Produtores,
A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL - tem acompanhado atentamente o desenrolar desta difícil situação em que se encontra nosso país, momento em que em parte somos atingidos como produtores por esta greve, mas que traz prejuízos a todos os lados.
Apesar disto vemos nossos produtores rurais aguentando, assim como toda a população, e se mobilizando, como forma de pressão, na expectativa de termos soluções duradouras, as quais necessariamente passam pela via da diminuição da CARGA TRIBUTARIA excessiva originada pela necessidade de manter o gigantismo do estado brasileiro em suas três esferas, o que nós da iniciativa privada, que sustentamos esta grande nação, não suportamos mais.
Se engana quem pensa que somente o fim dos privilégios da classe política em todas os seus níveis, atualmente incompatíveis com uma gestão que se proponha a eficiência, precisam ser revistos. Quem dera! O problema é muito maior, pois trabalhamos para pagar impostos e sustentar salários de pessoas que não entregam em trabalho o que ganham.
Cremos ser este o verdadeiro objetivo e foco desta luta pela qual vale o sacrifício.
O melhor caminho é LUTAR PELA MANUTENÇÃO DA DEMOCRACIA, uma vez que é obrigação da classe política dar solução à crise.
Ao mesmo tempo devemos manter nossa reserva moral, nossas FORÇAS ARMADAS, sempre e ainda DE PRONTIDÃO.
Acreditamos firmemente na solução desta grave situação via diálogo.
BASTA DIMINUIR TRIBUTOS E AJUSTAR O TAMANHO DO ESTADO PARA ALGO QUE O POVO CONSIGA SUSTENTAR
QUE A PAZ PERSISTIRÁ.
Gedeão Pereira
Presidente da FARSUL
Comédia de erros, por SAMUEL PESSÔA, na FOLHA DE S. PAULO
Crédito barato para comprar caminhão provocou excesso de oferta e reduziu frete
Logo após a crise de 2009, os formuladores de política econômica passaram a estimular a compra de caminhões com empréstimos subsidiados do BNDES.
Achava-se que seria política contracíclica eficaz para ajudar a economia a sair da crise iniciada em 2008.
O programa de crédito muito barato persistiu até o primeiro mandato da presidente Dilma. De 2009 até hoje a frota de caminhões aumentou 40%. A economia, no mesmo período, cresceu 11%.
Não havia necessidade de tanto caminhão.
Evidentemente, o excesso de oferta de caminhões pressiona o frete para baixo.
A situação é especialmente difícil para o motorista autônomo. Os grandes operadores expandiram muito a oferta e podem contratar outros motoristas. Mesmo porque o mercado de trabalho muito fraco, com elevado desemprego, facilita as coisas para os grandes operadores.
A movimentação de veículos pesados nas estradas pedagiadas encontra-se quase 12% abaixo do pico de fevereiro de 2014.
As montadoras, por sua vez, trabalharam anos a plena carga para, em seguida, ficar anos com elevada ociosidade.
Em que pesem todos os estímulos para a compra de caminhões entre novembro de 2008 e novembro de 2013, a produção de caminhões excedeu os licenciamentos domésticos e a exportação em 40 mil unidades.
É claro que a reversão de cenário foi brutal. Para as montadoras e para os caminhoneiros.
O governo, na tentativa de amenizar a situação para os caminhoneiros, reduziu o pedágio em 2015, quebrando contrato com as concessionárias de rodovias. Tudo está na Justiça.
Entrementes as economias centrais vão se recuperando do estrago da crise de 2008, e os juros de dez anos pagos pelos títulos do Tesouro americano sobem e ultrapassam a marca fatídica de 3% ao ano. O real e demais moedas das economias emergentes perdem valor.
Simultaneamente, os problemas da Venezuela e as "trumpices" com o Irã pressionam o preço do petróleo em um momento de real fraco. O preço do petróleo em reais explode. Não há muito espaço para que a Petrobras não repasse os aumentos, pois ela foi muito machucada no período das vacas gordas para a economia brasileira, durante o qual foi instrumentalizada e mal gerida. Precisa reduzir seu endividamento.
A péssima situação fiscal e a incapacidade de Temer em aprovar a reforma da Previdência após o evento Joesley obrigam o governo a procurar receita onde dá. Eleva-se a tributação dos impostos federais sobre gasolina e óleo diesel.
Em meio a uma recuperação frustrada da economia, os fretes, pressionados pelos custos do diesel, nas rotas agrícolas, subiram de janeiro até abril algo como 40% em termos reais. Em geral, nessa época do ano, os fretes agrícolas sobem uns 20%. Caminhões perdem espaço para ferrovias, o que não é ruim. Mas com tanto caminhão...
Um conjunto incrível de intervenções totalmente desastradas explica movimento grevista muito rápido e que desorganizou a vida das pessoas como poucas vezes ocorreu.
Bom momento para nós voltarmos à agenda que estava posta em 2002: construirmos as condições para que a regulação do setor de comercialização dos subprodutos do petróleo ocorra de forma competitiva por empresas privadas.
Será necessário privatizar com sabedoria o setor de refino. Melhorar o marco regulatório e criar condições para que o comércio internacional ajude a disciplinar o mercado.
Para esse setor, no Brasil, as falhas de governo ultrapassam as falhas de mercado por larga margem.(Samuel Pessôa, Físico com doutorado em economia, ambos pela USP, sócio da consultoria Reliance e pesquisador do Ibre-FGV).
Manifestação do Presidente do sindicato de Guaxupé, Mário Guilherme Ribeiro do Vale
Como Presidente de Sindicato Rural e Ruralista apoio e apoiei esta paralisação desde o inicio. Somos parceiros do prejuizo dos preços do diesel com os caminhoneiros. Em nossas redes sociais de amigos produtores demonstram sentimento de solidariedade junto ao setor. Enviamos aos trevos tratores e maquinas com faixas em apoio. Desde o primeiro momento apoiamos a reivindicação dos caminhoneiros quanto ao abusivo aumento do óleo diesel nos últimos meses.