Falta de acordo entre EUA e China derruba preços em Chicago. Mídia chinesa mantem esperança
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Fechamento de mercado da soja com Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora
A sexta-feira (04) foi dia de queda forte e significativa para o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), já que as conversas entre Estados Unidos e China não foram suficientes para atrair a confiança do exportador americano neste mercado, como salienta Mário Mariano Moraes Júnior, analista da Novo Rumo Corretora.
Neste momento, o analista avalia que os países estão distantes das negociações diplomáticas e que a falta de exportações por parte dos Estados Unidos - que registrou 890 mil toneladas ao longo da semana, mas que teve um cancelamento de 133 mil toneladas que iriam para a China - acentuam a sensação de que os volumes norte-americanos terão dificuldade para adentrarem o mercado asiático.
Do lado técnico, o mercado também consolida a sua realização de lucros e busca um comportamento próximo dos US$ 10,30/bushel - o que pode trazer as cotações ainda mais para baixo, já que os especuladores fazem leituras de que, por falta de fundamentos, assumir uma posição vendida poderia reverter essa tendência.
O Brasil, por sua vez, bateu o recorde de exportações em abril, com 11 milhões e 600 mil toneladas embarcadas. O mercado de prêmios, contudo, sofre consequências das quedas em Chicago, embora a comercialização já tenha dado um passo significativo: 70% a 75% da safra do Mato Grosso já foi vendida antecipadamente.
Repercussão no mercado agrícola de Chicago (AGResources)
As negociações entre os Estados Unidos e China não saíram como o esperado pelos operadores do mercado agrícola em Chicago. Nenhum acordo comercial foi engatilhado no encontro entre as delegações de ambos os países, em Beijing. Em consequencia, a pressão de vendas voltou a tomar conta do mercado americano.
De acordo com a AGResources, a estimativa era de que o Mercado iria oscilar fortemente sem mesmo qualquer afirmação conclusiva das negociações entre os chineses e estadunidenses. Ao final do encontro os representantes norte-americanos levaram uma enorme lista de imposição contra a China, que prejudica enormemente a balança comercial do país asiático, assim como sua economia.
Tal ação não foi bem vista pelos particIpantes do mercado agrícola, uma vez que conversas em tom de um acordo bilateral seria o mais esperado.
Delegação de Trump exige que China reduza superávit comercial em U$200 bi e corte tarifas
WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu nas negociações comerciais com a China, exigindo um corte de 200 bilhões de dólares no superávit comercial chinês com os EUA e uma redução acentuada de tarifas e subsídios a tecnologias avançadas, disseram pessoas a par das conversas nesta sexta-feira.
A longa lista de exigências foi apresentada a Pequim antes do início das conversas de quinta e sexta-feira entre autoridades de primeiro escalão das duas partes para tentar evitar uma guerra comercial danosa entre as duas maiores economias do mundo.
Um comunicado da Casa Branca não mencionou demandas específicas, mas disse que a delegação norte-americana teve "debates francos com autoridades chinesas sobre o reequilíbrio do relacionamento comercial bilateral Estados Unidos-China, aprimorando a proteção de propriedade intelectual da China e identificando políticas que impõem transferências de tecnologia injustamente".
O comunicado não deu nenhuma indicação de que Trump recuará em sua ameaça de impor tarifas sobre até 150 bilhões de dólares de bens chineses devido a alegações de roubo de propriedade intelectual.
A delegação está voltando a Washington para informar Trump e "buscar sua decisão sobre os próximos passos", disse a Casa Branca, acrescentando que o governo chegou a um "consenso" sobre uma "atenção imediata" a uma mudança no relacionamento comercial e de investimentos entre as duas nações.
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua relatou que as conversas foram "francas, eficientes e construtivas", mas com desentendimentos que continuam "relativamente grandes".
As ameaças de tarifas abalaram os mercados nas últimas semanas, mas o desfecho inconclusivo das negociações em Pequim não ajudou a conter um ímpeto de compra de ações nos EUA, incitado por dados do emprego que amenizaram os temores de um aumento de juros mais acelerado do Banco Central. As ações encerraram com queda de 0,5 por cento em Xangai, enquanto em Hong Kong caíram 1,3 por cento.
Trump disse a repórteres em Washington que está determinado a levar justiça ao comércio EUA-China.
"Faremos algo de um jeito ou de outro com respeito ao que está acontecendo na China", afirmou, acrescentando que tem "grande respeito" pelo presidente chinês, Xi Jinping. "É por isso que estamos sendo tão legais, porque temos um ótimo relacionamento".
Durante as conversas, Pequim pediu que os EUA suavizem as sanções rigorosas impostas à fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicação ZTE, disseram pessoas com conhecimento do assunto.
Os funcionários trocaram opiniões sobre a proteção da propriedade intelectual, a expansão das exportações dos EUA e o comércio de serviços bilateral, noticiou a Xinhua, sem dar indícios sobre quais ações podem ser adotadas, mas dizendo que os dois lados se comprometeram a resolver suas desavenças comerciais através do diálogo.
Mídia estatal chinesa vê pontos positivos nas negociações comerciais com os EUA
PEQUIM (Reuters) - A mídia estatal chinesa adotou um tom otimista neste sábado sobre as negociações comerciais entre autoridades chinesas e norte-americanas, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de até 150 bilhões de dólares a produtos chineses devido a alegações de roubo de propriedade intelectual.
O Diário do Povo disse que as negociações "estabeleceram bases sólidas para futuras conversações sobre cooperação comercial e econômica, e para finalmente alcançar benefícios (para ambos os países) e resultados ganha-ganha".
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua descreveu as negociações como "construtivas, sinceras e eficientes", mas com divergências que permanecem "relativamente grandes".
O jornal estatal em inglês China Daily viu um "desenvolvimento positivo" nos dois dias de negociações devido a um acordo fechado para estabelecer um mecanismo para manter o diálogo aberto, apesar das "grandes diferenças", como parte de um esforço para resolver disputas comerciais.
O jornal disse que a maior conquista foi "o acordo construtivo entre Pequim e Washington para continuar discutindo questões comerciais contenciosas, em vez de continuar com as barreiras tarifárias que praticamente levaram os dois países à beira de uma guerra comercial".
Pessoas familiarizadas com as negociações disseram na sexta-feira que o governo Trump traçou uma estratégia firme, exigindo um corte de 200 bilhões de dólares no superávit comercial chinês com os EUA e tarifas significativamente mais baixas.
A longa lista de demandas foi apresentada a Pequim antes do início das negociações, na quinta e na sexta-feira, para tentar evitar uma guerra comercial prejudicial entre as duas maiores economias do mundo.
Um comunicado da Casa Branca divulgado na sexta-feira disse que a delegação dos EUA, liderada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, "manteve discussões francas com autoridades chinesas sobre o reequilíbrio das relações econômicas bilaterais entre Estados Unidos e China, melhorando a proteção da propriedade intelectual pela China e identificando políticas que aplicam injustamente transferência de tecnologia”.