IPP acelera e fecha 2017 com alta de 4,18%, mesmo com deflação de alimentos
SÃO PAULO (Reuters) - O Índice de Preços ao Produtor (IPP) acelerou e fechou 2017 com alta de 4,18 por cento, com pressão dos preços dos derivados do petróleo e mesmo após a indústria de alimentos registrar a primeira deflação desde 2010 depois de o Brasil colher safra recorde. Em 2016, o indicador havia subido 1,71 por cento.
Com boas colheitas de soja, cana-de-açúcar e arroz, os preços dos alimentos ao produtor recuaram 7,29 por cento no ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta terça-feira, primeira deflação na série histórica iniciada em 2010.
Na outra ponta, os preços do refino de petróleo e produtos de álcool saltaram 18,69 por cento no ano passado, maior patamar da série do IBGE.
Entre as categorias econômicas, bens de consumo semiduráveis e não duráveis caíram 0,63 por cento no ano passado. A maior alta de preços foi registrada por bens intermediários, de 6,53 por cento, seguida pelos bens de consumo duráveis, com 4,34 por cento. Os preços dos bens de capital subiram 4,26 por cento.
Só em dezembro, o IPP mostrou alta de 0,46 por cento, perdendo fôlego sobre o novembro, quando subiu 1,40 por cento.
Os preços dos alimentos também foram os principais responsáveis por a inflação ao consumidor ter terminado o ano passado abaixo da meta do governo, com o IPCA acumulando alta de 2,95 por cento.
Com a supersafra, 2017 marcou a única vez que os preços dos alimentos apresentaram deflação anual ao consumidor, de 1,87 por cento, desde a implantação do Plano Real em 1994.
(Por Camila Moreira)