Na Gazeta do Povo - Agronegócio brasileiro: o modelo que deu certo

Publicado em 19/12/2017 08:29

Há alguns dias, li um excelente artigo do economista José Roberto Mendonça de Barros: “Agronegócio e Indústria: por que trajetórias tão diferentes”. O trabalho analisa as razões do baixo crescimento da economia brasileira desde 1980, identificando a interligação desse fator com o fenômeno da queda ou estagnação dos níveis de produtividade da indústria e de alguns outros setores da economia brasileira nas últimas décadas. A agricultura, entretanto, se destaca com uma dinâmica contrária, de alto crescimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) é criado pela interação entre os estoques de capital físico e de capital humano existentes. A produtividade indica a efetividade dessa interação e é o principal motor de crescimento econômico de longo prazo, já que os estoques de capital humano e físico são limitados.

Com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mendonça de Barros demonstra que, no período de 1995 a 2015, a produtividade do trabalho do Brasil como um todo cresceu 0,9% ao ano, um número, na opinião dele, bastante modesto.

No período de duas décadas, a produtividade no setor de serviços, que responde por 73,2% do PIB brasileiro, cresceu apenas 0,3% ao ano. A indústria brasileira, que representa 21,2% do PIB, teve resultado ainda pior, sendo responsável por uma queda de produtividade de 0,8% ao ano. Já a agropecuária, que representa 5,5% do PIB, viu sua produtividade crescer incríveis 5,4% ao ano.

Mendonça de Barros destaca o agronegócio como o único setor relevante da economia brasileira que tem o centro de seu modelo de negócios baseado no aumento da produtividade. A própria exposição significativa à concorrência internacional contribuiu com esse modelo, interligando ainda mais a agropecuária, a agroindústria, a pesquisa e os outros serviços relacionados à agricultura. Esse conjunto que compõe o agronegócio representa hoje cerca de 22% da economia brasileira.

Na contramão do agronegócio, a indústria de transformação, a construção civil, o comércio e a logística tiveram o pior desempenho em termos de produtividade nos últimos 20 anos. Em relação à indústria, o resultado negativo ainda é mais grave, se considerarmos os amplos estímulos governamentais, o crédito subsidiado e as desonerações tributárias, dirigidos a determinados segmentos.

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Fonte: Gazeta do Povo

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