CNA espera resposta à altura da União Europeia nas negociações com o Mercosul

Publicado em 15/12/2017 09:00
Pontos de interesse para o comércio agrícola ainda estão por definir

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acompanhou de perto os encontros para tratar do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia que aconteceram durante a 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Buenos Aires.

Na opinião da assessora para Negociações Internacionais da CNA, Camila Sande, as negociações tiveram grandes avanços, mas ainda faltam ajustar pontos estratégicos para o setor agropecuário. A nova previsão para que o acordo seja assinado é o primeiro semestre de 2018.

A entidade avaliou positivamente o "adiamento", visto que ainda faltam consultas importantes para serem feitas ao setor privado em alguns temas sensíveis. Segundo Camila, o Mercosul fez um movimento importante para incorporar pleitos da União Europeia, bem como reiterou pedidos imprescindíveis para o países sul-americanos. Os próximos passos devem vir com uma contraproposta europeia à altura desse avanço positivo do Mercosul.

“Sabemos que produtos de alto interesse dos exportadores europeus foram contemplados. Agora é a hora da União Europeia responder adequadamente às nossas expectativas ofensivas”, afirmou a assessora da CNA.

Conforme ela, os representantes do setor privado têm pressionado para que pedidos finais sejam conquistados junto à União Europeia. A retirada das tarifas intra cota seria um deles, mas existem outros temas importantes para serem finalizados, como as regras de origem para alguns setores, Indicações Geográficas (IGs) e regras sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS).

“Um ponto que nos preocupa bastante é que a União Europeia continua insistindo em colocar o princípio da precaução em capítulos estratégicos para o Agro no acordo.  Vamos continuar pressionando para que isso não aconteça, pois não existe legitimidade nas regras internacionais de comércio para aplicação desse princípio. Se esse elemento permanecer no acordo, certamente enfrentaremos barreiras injustificadas na União Europeia”, alertou Camila.

A CNA acompanhará de perto os últimos desfechos rumo à conclusão do acordo, que sempre foi defendido pela agropecuária brasileira.  A União Europeia é o segundo principal mercado para os produtos do agro brasileiro e representa um mercado de aproximadamente 500 milhões de consumidores.

Fonte: CNA

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