Setor agrícola puxa emprego e ajuda economia do Brasil a se recuperar, diz CNA
Por Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - O setor agrícola foi o único setor da economia brasileira a adicionar empregos neste ano, disse a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta terça-feira, ajudando o país a se recuperar da pior recessão em um século, mesmo após um escândalo no setor de proteínas ter afetado o agronegócio como um todo.
A agricultura e o agronegócio no Brasil contribuíram com 23,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2017, a maior participação em 13 anos, segundo a CNA.
A entidade disse também que a criação de empregos foi a mais alta em 5 anos nos setores de agricultura e pecuária, os únicos segmentos da economia a registrarem um resultado positivo nesse quesito.
Espera-se que o setor agropecuário cresça em até 11 por centro neste ano e deverá crescer mais 5 por cento no próximo. Ainda assim, a produção total do agronegócio brasileiro encolheu 2 por cento em 2017, em grande parte devido a escândalos nas indústrias de carne e leite, disse a CNA.
Em sua coletiva anual, em Brasília, a entidade acrescentou que a agricultura foi o principal contribuidor para reduzir a inflação no Brasil.
"Apesar de um ano turbulento para a economia e a política no Brasil, o agronegócio contribuiu para ajudar o país a superar a crise", disse a CNA, em comunicado.
As exportações de produtos do agronegócio totalizaram 82 bilhões de dólares nos primeiros 10 meses do ano, um aumento de 12,2 por cento em relação a igual período de 2016, afirmou a CNA, acrescentando que isso representa 45 por cento das exportações do país no período.
No ano que vem, as exportações do agronegócio representarão 50 por cento, previu a CNA.
A Confederação projetou o crescimento do agronegócio brasileiro em 2018 entre 0,5 por cento e 1 por cento.
O PIB do Brasil diminuiu cerca de 8 por cento no período 2015-2016, e cresceu 1,4 por cento no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, sinalizando que a maior economia da América Latina está voltando a se expandir após sua pior recessão registrada.
(Por Anthony Boadle)