JBS vê espaço para melhora de margens em 2018
SÃO PAULO (Reuters) - A processadora de carnes JBS avalia ter espaço para melhorar margens no próximo trimestre e ao longo de 2018 em divisões como carne bovina nos Estados Unidos e de produtos processados no Brasil, afirmaram executivos da empresa nesta terça-feira.
Segundo o vice-presidente de operações globais da JBS, Gilberto Tomazoni, a oferta de gado nos EUA deve crescer entre 2 e 3 por cento em 2018, o que deve ajudar a companhia a elevar a margem de 7,3 por cento apurada no terceiro trimestre na divisão.
Além disso, o executivo comentou durante teleconferência com analistas que a demanda norte-americana por carne bovina, suína e de frango segue crescente, tendência que deve se manter em 2018. As exportações das três proteínas pelo país também estão avançando, disse o executivo.
Enquanto isso, no Brasil, a empresa está vendo o setor de alimentos processados "ainda muito promocionado", mas uma gradual recuperação na demanda deve permitir ao grupo elevar preços nos próximos meses.
A JBS divulgou na noite da véspera queda de 64 por cento no lucro líquido do terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, em resultado impactado por adesão a programa de refinanciamento de dívidas e queda de desempenho no Brasil.
As ações da companhia subiam mais de 5 por cento às 11:30, liderando as altas do Ibovespa, que mostrava valorização de 0,20 por cento no horário.
Tomazoni afirmou durante teleconferência com investidores e analistas que a JBS não ficou satisfeita com seu desempenho no Brasil no trimestre passado e que a empresa "tem muito o que fazer no negócio de carne bovina, onde volumes ficaram abaixo do ideal" no país.
No final do terceiro trimestre, a JBS suspendeu temporariamente compras de gado em algumas áreas do Brasil após a prisão do ex-presidente-executivo da companhia Wesley Batista, como parte da operação Tendão de Aquiles, da Polícia Federal.
Já no atual quarto trimestre, a JBS anunciou que paralisou sete fábricas de carne bovina no Mato Grosso do Sul em meados de outubro, após bloqueio pela Justiça de 730 milhões de reais devido a questões tributárias no Estado. A produção foi retomada quase uma semana depois.
O executivo comentou ainda que na Austrália a empresa está satisfeita com o desempenho, em meio a um ciclo de queda de oferta de gado, que recuou 20 por cento em 2016 e deve cair outros cinco por cento neste ano. "O rebanho australiano começa a se recuperar. Podemos ter expectativa de melhora a partir do próximo ano, com recuperação em 2019", afirmou o Tomazoni.
(Por Alberto Alerigi Jr.)