Sai acordo para retomada das atividades da JBS no MS. Frigorificos voltam a abater na terça

Publicado em 20/10/2017 20:05

Após reunião, na tarde de sexta(20) entre o Governo do Estado de MS, Assembleia Legislativa, Grupo JBS, Ministério Público Estadual, a Famasul, e representantes dos funcionários da JBS, a empresa anunciou a retomada das atividades das 7 unidades frigoríficas que estão paralisadas em Mato Grosso do Sul. A JBS confirmou o retorno das atividades na próxima terça-feira, dia 24 de outubro.

Representando os produtores rurais de Mato Grosso do Sul, a Famasul avalia que a retomada das atividades é fundamental para a pecuária, que passa por um momento de recuperação após vários desafios registrados em 2017.

“Esclarecemos a importância de separar o que está em trâmite na Justiça, pessoa física, ou seja, os representantes do Grupo; da empresa, pessoa jurídica, responsável por 45% do abate bovino de MS”, afirmou o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito.

Saito demonstrou a importância da atividade pecuária para o Estado de Mato Grosso do Sul:

-- “O acordo é de extrema importância porque permitirá ao setor a retomada do fluxo de comercialização, sem prejuízo aos pecuaristas, e garantirá o emprego das 15 mil famílias envolvidas diretamente com a empresa.”

JBS confirma volta ao trabalho no MS

A JBS, maior produtora global de carne, anunciou neste sábado (21.out.2017), que retomará na 3ª feira (23.out.2017) as atividades de compra e abate de carne bovina nas 7 unidades da empresa em Mato Grosso do Sul. Eis o comunicado:

“A Companhia considera que a discussão foi positiva e que acordo com o Executivo e o legislativo estadual, representado pelo Presidente da Assembleia Legislativa do MS, será capaz de manter as condições necessárias à preservação das suas operações em uma região tão importante para a empresa e para o País, protegendo os empregos dos 15 mil colaboradores diretos e 60 mil indiretos no Estado”, dizia a nota divulgada pela empresa.

JBS sofre duas ações de bloqueio de bens (Midiamax/Campo Grande)

A empresa JBS anunciou nesta sexta-feira (20) que vai retomar os abates nas sete unidades frigoríficas em Mato Grosso do Sul. Há três dias o grupo decidiu suspender as operações em razão de bloqueio de bens no valor de R$ 730 milhões determinado pela Justiça após pedido da Assembleia Legislativa. Apesar de acordo que desbloqueará os bens, outra ação judicial ainda determina o bloqueio financeiro.

A retomada dos trabalhos se dará em razão de decisão da Assembleia Legislativa, mais especificamente da CPI da JBS, de incluir acordo na ação judicial que implicou no bloqueio financeiro. Dessa forma, provavelmente o judiciário desbloqueará os bens da empresa.

Outra ação que também pede o impedimento dos bens, formulada por dois advogados, não é assunto do acordo, mas a empresa acredita que essa ação popular pode ficar prejudicada após a retirada do primeiro processo que resultou no bloqueio.

De acordo com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a empresa se comprometeu a manter todos os empregos – cerca de 15 mil no Estado – e também deixará imóvel em garantia a possível indenização que possa ser imputada à JBS pelo Governo. Esse imóvel seria de posse do grupo J&F Investimentos.

Ainda segundo Reinaldo, o valor que a empresa terá de ressarcir os cofres estaduais ainda está sendo calculado. A Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) já teria notificado a empresa sobre a devolução.

A expectativa é que a minuta que detalhará o acordo e que será incluído na ação por parte dos deputados e as garantias da empresa seja assinada na segunda-feira (23).

O grupo JBS informou que vai retomar a compra e abates de bovinos no dia seguinte, terça-feira, em ritmo normal. Presidente da divisão de carnes da JBS, Renato Costa, informou que todos os setores do grupo J&F Investimentos manterão o funcionamento normalmente no Estado.

Sindicalista que representa os trabalhadores, Wilson Gregório, disse que os protestos dos funcionários da empresa representam vitória. “Vamos passar o final de semana tranquilo, sem medo de perder o emprego”, disse.

Protestos

Antes mesmo da empresa anunciar que suspenderia compra e abates de bovinos, trabalhadores da JBS já se movimentavam para pressionar deputados que compõem a CPI em retirar a ação.

Nesta quinta-feira (19), centenas de trabalhadores lotaram a Assembleia e o Centro de Campo Grande em protesto. Cerca de 40 ônibus foram utilizados para transportar os funcionários. O temor dos trabalhadores era o desemprego. Na tentativa de amenizar a revolta dos funcionários, deputados passaram o dia reunidos com sindicatos e representantes da JBS.

Tarek Farahat renuncia à presidência do conselho da JBS (na FOLHA)

executivo Tarek Farahat renunciou nesta sexta-feira (20) à presidência do conselho de administração da JBS. Ele será substituído por Jeremiah O'Callaghan, diretor de relações com mercado da companhia e funcionário da confiança dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Farahat passará atuar como "global advisor" do grupo e permanecerá no conselho da subsidiária americana Pilgrim's Pride. O executivo foi presidente da P&G no Brasil e era considerado uma das grandes contratações realizada pela família Batista.

De origem egípcia, Farahat ocupava a presidência global de marketing da JBS quando assumiu a presidência do conselho de administração. Ele substituiu Joesley, que foi obrigado a se afastar dos negócios por conta das investigações Polícia Federal.

De acordo com pessoas próximas ao executivo, Farahat estava incomodado com os escândalos envolvendo a JBS, que culminaram na prisão dos Batista, e também gostaria de passar mais tempo no exterior.

Para o seu lugar, foi eleito o irlandês Jeremiah O`Callaghan, que trabalha com os irmãos Bastista há 21 anos.

Com passagens pelos frigoríficos Mouran e Bordon, que foram comprados pela JBS, Jerry, como é conhecido, chegou a empresa para estruturar a área de exportação. Ele participou da abertura de capital da JBS e hoje é responsável pela interlocução com o mercado e os órgãos reguladores.

A família Batista optou por Jerry, porque José Batista Sobrinho, patriarca do clã, assumiu recentemente a presidência executiva da empresa após a prisão de Wesley. Pelas regras de governança do novo mercado, ele não poderia ocupar os dois cargos.

MUDANÇAS

Também ocorreram outras mudanças no conselho de administração da JBS. O executivo Noberto Fatio, que já trabalhou na Unilever, deixou o colegiado e vai permanecer apenas em alguns comitês.

Junto com Sérgio Waldrich, ex-presidente da Bunge, Fatio era um dos conselheiros independentes da empresa.

Ele será substituído por Wesley Filho, que vem sendo preparado pela família para tocar os negócios e assumiu recentemente a presidência da JBS na América do Sul. Com apenas 27 anos, ele já presidiu as operações do grupo no Uruguai, Paraguai e Canadá e a divisão de bovinos nos Estados Unidos.

A indicação dos novos membros do conselho não deve agradar ao BNDES, principal sócio minoritário da JBS, por sua proximidade com a família Batista. O banco estatal trava uma briga com os acionistas controladores e vem exigindo a profissionalização da empresa, desde que Joesley acusou o presidente Michel Temer de corrupção em sua delação premiada.

Também assumiram seus assentos no conselho nesta sexta-feira os dois novos representantes do BNDES: Cledorvino Bellini, ex-presidente da Fiat, e Roberto de Penteado de Camargo Ticoulat, ex-vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo. Ticoulat é muito próximo do atual presidente do BNDES, o economista Paulo Rabello de Castro.

A saída de Farahat ocorre na mesma semana em que o TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que o BNDES pagou indevidamente 20% mais por participação na JBS ao liberar recursos para a compra de empresas nos EUA. O TCU apontou como responsáveis o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, Joesley e mais 14 gestores do banco, incluindo o ex-presidente Luciano Coutinho. 

Fonte: Famasul + Midiamax (Campo Grande

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