Leite: Em protesto contra importações do Uruguai, Maggi alerta que o país vizinho pode recorrer à OMC

Publicado em 16/10/2017 17:29

O movimento SOS Leite – Balde Cheio Bolso Vazio, realizado em Prata (MG) nesta segunda (16) terminou com o ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, defendendo cotas de importação do leite uruguaio, hoje com importações suspensas, um dos pivôs do dia de crítica à política nacional para os lácteos, que reuniu mais de mil pessoas.

O debate em torno do leite uruguaio é porque a sua entrada no mercado brasileiro, com custos menores de produção, achatam os preços do similar nacional – e as indústrias se utilizam desse canal internacional para impor os preços no Brasil.

Com a presença de representantes da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), sindicatos rurais de toda a bacia leiteira mineira – a principal do País – e produtores, a reunião também foi marcada pela paralisação da BR 153 por quase uma hora.

Durante o protesto, foram distribuídos leite aos motoristas e às populações que vivem às margens da estrada.

Apesar da fala do ministro, se comprometendo a defender a permanência longe do produto do Uruguai, Maggi lembrou, durante o discurso, que se o país vizinho e sócio do Mercosul recorrer contra o Brasil à Organização Mundial de Comércio (OMC), ganhará.

 

Cota para importação de leite uruguaio pode resolver crise no setor, acredita Maggi

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, reafirmou nesta segunda-feira (16) a importância de estabelecer um regime de cotas para a entrada de leite uruguaio no Brasil. A afirmação foi feita a produtores de Minas Gerais, em encontro no município de Prata, onde estava acompanhado do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas. Produtores têm reclamado junto ao governo que a importação do produto do Uruguai tem afetado negativamente a formação de preços no mercado doméstico, inviabilizando a produção local.

O assunto deverá ser discutido com o presidente da República, Michel Temer, nesta semana adiantou o ministro. “É muito complexo tratar disso, já que envolve não só o mercado interno, mas o externo também. Vamos agir com toda a calma, mas com firmeza para resolver o problema”, disse o ministro no município mineiro, onde houve protesto contra a importação de leite. “Mostrei ao presidente o grau de deterioração em que se encontra o setor e argumentei que, se nada for feito, a sociedade brasileira sofrerá no futuro”, relatou demonstrando preocupação com o risco de queda da produção nacional e com eventual desabastecimento mais à frente.

Blairo Maggi explicou que há mais medidas em estudo para atender aos produtores nacionais e que será enviada missão de técnicos ao país vizinho, tendo como um dos objetivos averiguar se há triangulação do leite exportado ao Brasil, conforme alegam representantes de entidades que representam o setor leiteiro local e que se sentem prejudicados. A data da missão está sendo fechada entre o Mapa e o governo do Uruguai.

Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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