INTL FCStone aponta tendências para o próximo trimestre
A equipe de inteligência de Mercado da INTL FCStone reuniu as principais tendências de mercado para os próximos meses, agregando análises das commodities agrícolas, câmbio, fertilizantes e petróleo.
Câmbio
Nossa perspectiva para o par dólar/real nos próximos três meses continua sendo mais altista, com chances menores de a cotação da moeda americana encerrar o período muito abaixo da referência em que se encontrava ao final de junho. Os fatos recentes reforçaram o papel do cenário político doméstico sobre o câmbio ao comprometerem o avanço das reformas.
Fertilizantes
Inauguração de novas unidades produtivas ampliará a disponibilidade de fertilizantes no 3º trimestre, mantendo os preços pressionados. No caso dos nitrogenados, há pouco espaço para quedas, com os preços já encostando nos custos. Para o fosfato e o potássio, a demanda brasileira para a safra de soja pode reduzir o efeito baixista, especialmente no interior do país.
Soja
O cenário continua de oferta ampla de soja ao redor do mundo, com as safras recordes nos EUA e no Brasil pesando sobre os preços. Os estoques domésticos da oleaginosa devem terminar o ciclo 2017/18 em níveis bem mais confortáveis que em anos anteriores, a despeito das expectativas de exportações recordes.
Milho
O cenário de oferta muito grande de milho pode acabar modificado por potenciais problemas na safra norte-americana 2017/18. No Brasil, a entrada da safrinha recorde continua pesando sobre os preços, em meio a perspectivas de estoques recordes do cereal no final do ciclo 2016/17.
Trigo
O mercado de trigo nos últimos meses foi um “mercado de clima”. Com a seca em parte dos EUA, Canadá, França e Austrália as perspectivas de oferta para a safra 2017/18, em especial de trigo com maior proteína, sofreram reduções. Para o Mercosul o plantio ainda segue incerto na Argentina e Rio Grande do Sul, enquanto que no Paraná as condições até o momento são favoráveis.
Algodão
O terceiro trimestre marca a entrada do algodão brasileiro nos mercados internacionais, o fim do período de leilões de estoques estatais na China e as principais fases de desenvolvimento das maiores safras da commodity no mundo: Índia, China e Estados Unidos. Estarão no radar a demanda doméstica e internacional, o câmbio e, sobretudo, o clima no hemisfério norte.
Cacau
O cacau se encaminha para uma temporada de elevada volatilidade e incertezas acerca da próxima safra internacional, que começa em outubro. As perspectivas são favoráveis: embora a produção possa recuar em comparação com a safra recorde atual, um novo superávit é esperado. No lado da demanda, boas margens continuarão a incentivar o processamento.
Açúcar
Depois de recuarem de maneira consistente nos três primeiros meses do ano, chegando a se aproximar do nível dos R$3,05 na esteira da aprovação da proposta de emenda constitucional que instituiu o teto de gastos, as cotações do dólar passaram a se apreciar em função de uma sequência de escândalos pontuais que derivaram dos depoimentos da Odebrecht.
Etanol
Mesmo com produção menor no Centro-Sul brasileiro, nova política de preços da Petrobras associada a cotações amenas do barril de petróleo tem levado os preços de etanol na região a registrarem patamares mais baixos que no último ano. No Nordeste, importações seguem aquecidas, também pressionando cotações.