PIB do agronegócio Mineiro recua no 1º trimestre de 2017, aponta Cepea
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro registrou queda de 0,85% no primeiro trimestre deste ano, com baixa de 0,27% em março, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com o apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais (Senar-AR/MG).
O resultado negativo está atrelado, segundo pesquisadores do Cepea, ao ramo agrícola, que decaiu 0,9% em janeiro/17, enquanto o ramo pecuário cresceu 0,5%. No trimestre, da mesma forma, o ramo agrícola acumulou retração de 2,33%, enquanto o pecuário registrou alta de 0,99%.
No segmento primário da agricultura, destaca-se, no resultado avaliado até março, as valorizações da mandioca, laranja e cana-de-açúcar. Com relação à produção, milho segue com perspectiva de evolução significativa, tendo em vista a quebra de safra verificada em 2016. Já a produção de café deve ser prejudicada pelo ano de bienalidade negativa, com redução de área e produtividade. Dado o peso dessa cultura na agricultura mineira, a menor produção deve pesar sobre os resultados médios do segmento. Já no segmento primário do ramo pecuário, as atividades relacionadas à pecuária de corte foram afetadas por redução de demanda em consequência da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no período avaliado.
Com relação ao ambiente macroeconômico nacional, o PIB do primeiro trimestre de 2017, divulgado pelo IBGE, apresentou queda de 0,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, o que reflete a resiliência da crise econômica e as dificuldades do País em reverter o movimento de retração do produto. A taxa de desemprego segue em alta, atingindo 13,7% em março, segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, o que resulta em menor consumo das famílias e demanda no mercado doméstico. Por outro lado, pode-se destacar que a inflação tem registrado baixa variação e a balança comercial brasileira tem crescido em seu saldo positivo, influenciada pelo dólar mantido em alto patamar no período e pela demanda externa favorável para produtos brasileiros.