Lava Jato: Marcelo Odebrecht usava rede de influências para favorecer setor de etanol
Em meio a doações oficiais, formação de Caixa 2 e pagamentos de propinas, o presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, acabou criando uma relação de contrapartidas com o governo federal.
Entre os tópicos de sua “agenda ampla” – um termo citado em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – estão demandas do setor de etanol, envolvendo inclusive a Unica em seu depoimento.
Preso desde 2015 no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, o executivo afirmou que era frequentemente contatado por várias grandes empresas com atuação no exterior, que sabiam de sua relação com o até então ministro da fazenda Guido Mantega.
“O setor do etanol também me usava para a relação com Guido. Eu conversava com o Guido e ele colocava os técnicos da Fazenda em alinhamento com a Unica”, confessou ao TSE, referindo-se à União da Indústria de Cana-de-Açúcar, entidade com mais de 120 companhias associadas.