Integração lavoura-pecuária vai ampliar em quase 50% área de agricultura no MS
Os números da produção de bovinos no Mato Grosso do Sul são faraônicos. São mais de 20 milhões de animais, enquanto que a população humana é de 2,6 milhões de habitantes (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Mas se em um primeiro momento o que chama a atenção é a quantidade, no quesito qualidade o setor tem muito o que avançar. Com uma média de menos de um animal por hectare, mais da metade dos 16 milhões de hectares de pastagens do estado está degradada ou em fase de degradação. Nas rodovias, áreas dominadas por cupins, praticamente sem capim e com bois magros à procura de comida são uma constante.
Essa realidade, no entanto, está mudando aos poucos com a adoção do sistema de integração entre lavoura e pecuária (confira no box). Produtores rurais, agrônomos, técnicos, trabalhadores rurais e proprietários ouvidos pela Expedição Safra, do Agronegócio Gazeta do Povo, são unânimes ao dizer que a adoção massificada do sistema de integração lavoura pecuária no estado é um caminho em andamento e sem volta. “O boi é uma atividade que você precisa ter muitos, porque senão você não ganha dinheiro. E o pessoal vai ter que investir, porque se continuar no atual modelo, a renda obtida é muito baixa”, diz o vice-presidente da Copasul, em Naviraí, Yoshihiro Hakamada.
Nos próximos cinco anos, de acordo com projeções da Expedição Safra, será possível ter um salto de 1 milhão de hectares para a produção de grãos, passando de 2,4 milhões de hectares para 3,4 milhões. Isso principalmente por causa de uma situação que já acontece de maneira mais intensa na faixa sul do estado. “O pecuarista não vai virar produtor de soja, o que vai acontecer é de o pecuarista ser um parceiro do lavoureiro”, explica Justino Mendes, coordenador do departamento técnico da Famasul, sediada em Campo Grande. “Não queremos expulsar a pecuária. O estado ainda se pauta muito pelo boi, mas a integração está contribuindo muito”, reforça.
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