Abertura do setor agrícola ao capital estrangeiro fortalecerá a produção brasileira de grãos
Para fortalecer a posição brasileira na produção de alimentos e ajudar no abastecimento de mais de nove bilhões de pessoas até 2050, será necessário que o “país se transforme realmente numa agricultura capitalista, sem restrição ao investimento estrangeiro no setor”.
Foi o que afirmou o presidente do Instituto CNA (ICNA), Roberto Brant, no encerramento do seminário “Agro em Questão – Alimentos Saudáveis”, realizado na última terça (1), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Em sua exposição, Brant alertou que o “mundo é muito desigual quando a questão é segurança alimentar”. Existem atualmente mais de 800 milhões de pessoas subnutridas, localizadas principalmente na África Ocidental e em várias regiões da Ásia. “O desafio é colossal”, avaliou o presidente do ICNA.
Outro participante do debate, no painel “Desafios do Brasil à segurança alimentar”, foi o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Segundo ele, o Brasil possui as condições básicas para responder ao desafio proposto pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de ampliar a produção e atender à demanda mundial por alimentos no futuro.
Na avaliação de Rodrigues, algumas questões estratégicas precisam ser resolvidas com urgência, como o custo Brasil, a logística e as taxas de juros agrícolas, as mais elevadas do mundo. O ex-ministro defende, ainda, prioridade para o seguro rural que, no modelo atual, atende menos de 15% dos produtores.
Outro ponto levantado por Rodrigues foi a busca brasileira por mais acordos comerciais. Depois de dizer que boa parte do comércio mundial é feito por meio de acordos bilaterais, ele concluiu: “O Brasil, infelizmente, não possui nenhum acordo bilateral relevante, sem contar o fato de o Mercosul ser um tango mal dançado”.