Campanha da Aprosmat visa orientar sobre cuidados com as sementes de soja no período do carregamento e armazenagem

Publicado em 28/09/2016 09:12

A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) promove uma campanha de conscientização quanto aos cuidados necessários para manter a qualidade de sementes de soja no transporte e armazenamento. A campanha tem como público alvo, motoristas e outros profissionais envolvidos na logística de transporte e armazenamento das sementes, pós-saída da sementeira.

O transporte rodoviário por longas distâncias pode resultar em reduções de vigor e de viabilidade das sementes, devido à exposição a condições adversas. Deve-se evitar que a semente seja transportada no mesmo compartimento de carga que contenham substâncias químicas prejudiciais à sua qualidade, como por exemplo, alguns herbicidas. Caso a semente seja transportada em caminhões graneleiros, é importante que elas sejam protegidas por lonas impermeáveis de cor clara e, se possível, que essas lonas tenham algum tipo de isolante térmico.

Segundo o pesquisador da Embrapa Soja de Londrina, Ademir Assis Henning, a semente é um ser vivo e deve ser transportado e mantido em condições especiais. “O grande problema é que alguns profissionais envolvidos no transporte e armazenagem não se atentam que a semente é um ser vivo sensível e que foi produzido com todo cuidado. Produzir semente é uma arte, pois demanda investimento, conhecimento e cuidados minuciosos para garantir a máxima qualidade, que deve ser mantida nas demais etapas pós-colheita, como o beneficiamento, o armazenamento e o transporte. Muitas vezes o agricultor na ânsia de ter disponível uma certa cultivar, acaba se antecipando para retirar esse material da sementeira e armazena em sua propriedade em condições inadequadas. Em situações de ausência de chuvas, as sementes acabam ficando embaixo de lonas, em galpões de zinco, sob temperatura de até 40 graus. Dependendo do período de exposição, a geminação e o vigor das sementes podem ser gravemente prejudicados”, explicou Henning.

Para conservar o poder germinativo e o vigor das sementes é necessário mantê-las em ambiente seco e frio; quanto mais seco e mais frio, dentro de certos limites, maiores as possibilidades de se prolongar a conservação das sementes. No ambiente, a umidade presente no ar pode ser suficiente para provocar o reinício das atividades do embrião, se o oxigênio e a temperatura forem suficientes. A respiração das sementes, aliada à de micro-organismos e de insetos, provoca o aquecimento da massa de sementes, que pode chegar ao ponto de reduzir drasticamente a viabilidade das sementes.

Ainda segundo o pesquisador, o equilíbrio higroscópio entre a umidade relativa do ar e a umidade das sementes permite estimar a possibilidade de boa conservação, desde que se evite a ocorrência de pontos de acumulação de umidade no interior do depósito.Generalizando, quando as sementes estão em equilíbrio com a umidade relativa inferior a 65%, há boas condições para a conservação.

É necessário armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira, não empilhar as sacas de sementes contra as paredes do armazém, não armazenar sementes juntamente com adubo, calcário ou agroquímicos, o ambiente de armazenagem deve estar livre de fungos e roedores, dentro do armazém a temperatura não deve ultrapassar 25ºC e a umidade relativa não deve ultrapassar 70%. Se não for possível manter estas condições na propriedade, indica-se que o agricultor somente retire a semente do armazém do seu fornecedor o mais próximo possível da época de semeadura.

A Aprosmat vai distribuir cartazes e folhetos para motoristas com orientações quanto a melhor maneira de acomodar as sementes nos caminhões e quanto às condições de temperatura e local de armazenagem antes da semeadura.  

Para o presidente da Aprosmat, Carlos Ernesto Augustin, se os cuidados básicos não forem executados, todo o trabalho realizado da colheita ao beneficiamento da semente, passando pelo controle de qualidade, será perdido no transporte e armazenamento. “Pesquisas mostram resultados do efeito prejudicial do impacto ou manuseio inadequado da semente, isso ocasiona menos tempo de vida. O impacto provoca rachaduras na estrutura que a envolve, assim permitindo a entrada de doenças e queda no vigor”, explicou Augustin.

Fonte: Aprosmat

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