Produtores rurais poderão fazer queima fitossanitária para controlar proliferação de moscas-dos-estábulos
Os produtores rurais poderão fazer a queima controlada para a proliferação de moscas-dos-estábulos. A Resolução Conjunta entre as Secretarias de Agricultura e Abastecimento e a do Meio Ambiente, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 17 de setembro de 2016, prevê a utilização da queima localizada, em caráter excepcional e emergencial, para eliminar materiais orgânicos em decomposição, propícios para a proliferação do inseto.
A Resolução foi assinada pelo titular da Pasta agrícola, Arnaldo Jardim, durante a reunião técnica com recomendações sobre conservação do solo na cultura da cana e mosca-dos-estábulos, na Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO), em Ourinhos, no dia 16 de setembro de 2016. Leia mais sobre o evento clicando aqui.
Arnaldo Jardim ressaltou que a medida deverá ser usada em último caso, quando todas as medidas para o controle da praga tenham sido executadas e, mesmo assim, a infestação permaneça. “O governador Geraldo Alckmin nos orienta a fazer uma agricultura harmônica com o meio ambiente e demos um passo importante para o controle fitossanitário, pois o queremos aumentar a produtividade, sem se descuidar da natureza”, comentou.
“O importante é conscientizar o produtor rural de que é preciso eliminar e evitar que os resíduos orgânicos deixados pela colheita da cana-de-açúcar sejam um criadouro do inseto que está afetando os rebanhos, principalmente bovinos, prejudicando a pecuária de corte e de leite”, complementou o secretário.
A publicação é resultado dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo Técnico, organizado pela Secretaria de Agricultura, que estudou a razão da proliferação e os prejuízos causados pela mosca-dos-estábulos, propondo essa medida fitossanitária.
O responsável pela Assessoria Técnica da Pasta agrícola, José Luiz Fontes explicou que a ideia é impedir que a vinhaça misturada com a palha deixada no campo, “pois acabam sendo um ambiente ideal para a proliferação dos insetos, que em algumas regiões chegam a atacar até as pessoas”, afirmou.
Uma das medidas é evitar a aplicação de vinhaça em locais encharcados pela chuva, prevenindo o empoçamento, ou fracionar a lâmina de aplicação de vinhaça, evitando o excesso de umidade na palhada.
De acordo com a publicação, o produtor rural, donos de usinas ou responsável pelas áreas que apresentem condições favoráveis para proliferação da mosca-dos-estábulos deverá solicitar um laudo técnico à Secretaria de Agricultura, que analisará a necessário de utilização da prática.
Os técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) terão dez dias, a partir da data do recebimento da solicitação para analisar se a área é indicada para a queima, se foram adotadas medidas alternativas para o controle e se o inseto está causando danos à pecuária local ou à população.
A autorização para a realização da queima fitossanitária será emitida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Pasta do Meio Ambiente, com base no laudo técnico da Secretaria de Agricultura.
Desde 2007, quando foi firmado o Protocolo Agroambiental do setor sucroenergético, a colheita manual da cana-de-açúcar vem sendo substituída pela mecanizada no Estado de São Paulo.
O protocolo foi firmado em defesa do meio ambiente, já que a queima da palha da cana-de-açúcar é uma das grandes responsáveis pela emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
O protocolo antecipou os prazos legais paulistas para a eliminação da prática da queima, de 2021 para 2014 nas áreas onde é possível realizar a colheita mecanizada e de 2031 para 2017 nas áreas para as quais não existe a tecnologia adequada para a mecanização.