Atentado ao pacto federativo, por RONALDO CAIADO (na FOLHA)
Parlamentares que participaram, ontem, do almoço de Michel Temer com a Frente Parlamentar da Agropecuária brincaram com a crise e o alto preço do feijão.
No almoço foi servido de quase tudo, mas nem mesmo os produtores quiseram gastar um dinheiro extra para colocar feijão na mesa das autoridades.
Sem a leguminosa, Temer e os comensais tiveram de se contentar com arroz, farofa, macarrão, carne, frango e salada.
Feijão barato no Brasil só em 2017, avisa o Ibrafe
O preço do feijão, que já virou alvo de piadas na internet, está mudando o cardápio de muitos brasileiros. Vilão da inflação, o feijão carioca já acumula alta de 89% entre janeiro e junho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). E não há perspectiva de melhora no curto prazo.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, que nesta semana está em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, para o 2º Fórum Nacional do Feijão, a terceira safra da leguminosa, plantada e colhida entre julho, agosto e setembro, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, terá uma produtividade menor e não vai resolver o problema de desabastecimento do grão. “A gente só vai ter feijão suficiente em janeiro e fevereiro de 2017, para trazer os preços aos patamares normais. Até lá, eles vão continuar custando caro, algumas vezes menos, outras mais, mas caros”, afirma.
No último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reduziu a estimativa de área de 665,9 mil hectares para 577,5 mil h. A produção estimada caiu 22,7% entre os relatórios, para 674,9 mil toneladas. Se confirmada, a quebra em relação à terceira safra do ciclo 2014/15 será de 20,6%, maior que as reduções da primeira safra (8,9%) e também da segunda (19,3%).
Segundo Lüders, o objetivo do Fórum é avançar nas discussões que envolvem toda a cadeia produtiva do feijão como produtores, sementeiros, pesquisadores, empacotadores e indústria. “O preço alto, assim como o preço baixo no ano passado, vai pautar as discussões. O que nós queremos? Preço justo ao consumidor e ao produtor”, explica.
Leia a notícia na íntegra no site Gazeta do Povo.
Na Folha: Preço do arroz dispara, mas produtor ganha menos (por MAURO ZAFALON)
Os preços do arroz foram ao céu neste ano. Os valores atuais da saca do cereal em casca atingem R$ 50,5, em média, no Rio Grande do Sul, o principal Estado produtor do Brasil.
Os preços deste mês do produto superam em 50% os de há um ano, segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Os consumidores sentiram no bolso, já que o arroz, ao lado do feijão, foi um dos produtos que tiveram presença forte na inflação.
O que parece ser o melhor dos mundos para o produtor não passa, no entanto, de um cenário ruim.
O Ministério da Agricultura acaba de divulgar que o Valor Bruto da Produção do setor de arroz neste ano atingiu em junho o menor nível em duas décadas.
Os dados foram corrigidos pelo IGPDI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna) da FGV. Ou seja, a queda no valor de produção significa queda de renda no campo.
O VBP do setor recuou para R$ 9,3 bilhões neste ano, apesar da elevação dos preços.Esse montante de dinheiro é menor, no entanto, do que os R$ 11 bilhões atingidos pelo setor em 2015.
Anderson Belloli, diretorexecutivo da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), considera que boa parte do produtores está em "condição aflitiva".
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.