Oferta da Bayer pode render mais de US$ 70 mi a presidente da Monsanto
LONDRES (Reuters) - O presidente da Monsanto, Hugh Grant, pode receber mais de 70 milhões de dólares se a maior companhia de sementes do mundo for comprada pela fabricante de produtos químicos Bayer.
A companhia norte-americana afirmou que está aberta a manter negociações adicionais com a Bayer depois de ter recusado nesta semana uma oferta de 62 bilhões de dólares, afirmando que foi "incompleta e financeiramente inadequada".
A oferta, de 122 dólares por ação, pode permitir que o presidente da Monsanto receba um pacote de mais de 123 milhões de dólares depois da aquisição, incluindo na conta dinheiro com a venda de ações e o exercício de opções que ele já possui, segundo análise da Reuters com base em dados divulgados pela empresa de sementes.
Mas a quantia de 73,5 milhões de dólares desse total representa ganhos que ele pode conseguir como resultado da oferta da Bayer, por conta da valorização do valor de suas opções de ações.
Os ganhos também refletem a valorização de suas ações e a aceleração de pagamentos de bônus que ocorre em caso de aquisições. A conta inclui ainda um pacote de 14,5 milhões de dólares a ser concedido se ele perder o cargo como resultado da venda da Monsanto.
Na maioria dos casos de aquisições, os presidentes-executivos das empresas alvo acabam saindo das empresas vendidas.
A exposição de Grant às ações e opções significa que ele tem um incentivo para conseguir o maior valor possível pela venda da empresa, o que não seria apenas de seu interesse, mas dos acionistas da Monsanto. Uma oferta de 130 dólares por ação, por exemplo, aumentaria o valor de suas participações em mais 12 milhões de dólares, segundo cálculos da Reuters.
Procurado, um representante da Monsanto não comentou o assunto.
A Monsanto, que produz o agrotóxico mais usado no mundo, Roundup, tem enfrentado queda nos preços das commodities agrícolas e cortes nos investimentos por agricultores nos Estados Unidos, o que tem pressionado seus resultados.