Ovinocultura: setor busca rentabilidade para aumentar produção
Atentos às exigências da sociedade, a ovinocultura vem demonstrando um crescente aumento nos últimos anos: o rebanho brasileiro conta atualmente com 14 milhões de cabeças distribuídas em todo o país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse crescimento se deve, entre muitos motivos, a um mercado consumidor cada vez mais exigente por produtos de qualidade. A observação é do médico-veterinário e especialista em biotecnologia de reprodução, André Rocha, durante palestra realizada nesta sexta-feira (1), na Exposição das Tecnologias Voltadas ao Desenvolvimento da Pecuária (ExpoPec), em Porangatu.
O evento é realização da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), Sindicato Rural (SR) de Porangatu e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), segue até domingo (3), com palestras, exposição de maquinários para a área da pecuária, além de animais de alta genética expostos ao longo da feira.
O especialista fundamentou sua afirmação, destacando que a atividade vive um grande potencial de produção, já que a lida com ovinos oferece ao criador várias opções de produtos para incrementar a renda mensal. Mas, para que isso possa se concretizar, o criador precisa assegurar e se dedicar ao manejo adequado dos mamíferos. “Não basta ter os animais na propriedade sem adequá-los a um sistema correto, oferecendo qualidade, alimentação e conforto para uma boa rentabilidade”, explicou.
Apesar do cenário, a ovinocultura nacional não deslanchou ainda, considerando que importa mais que exporta. Além disto, o consumo interno da carne ainda é modesto: entre 0,7 e 1,0 quilo por pessoa ao ano, muito baixo levando em conta que o País tem mais de 200 milhões de pessoas. Com isso, os criadores precisam saber que a carne ovina tem alto valor de mercado quando comparada às demais, o que inclui a bovina, tornando as negociações deste setor mais rentáveis. “A rentabilidade da atividade de ovinocultura se dá pela quantidade de arrobas, produzidas em menor espaço de tempo do que na atividade de bovinocultura de corte, por exemplo, sem falar do constante preço alto da arroba do ovino”, destaca.
Segundo André, para obter uma ovinocultura lucrativa o produtor precisa aliar técnica, instalações adequadas, animais de alta reprodução, mão de obra qualificada e união entre os criadores. “Assim conseguiremos avançar na produção e principalmente evoluirmos no cenário nacional e internacional. Já que somos o maior produtor de carne ovina do Continente Americano”, afirmou.
Consumo
Embora o cenário seja promissor, Rodrigo reforça que o consumo de carne ovina ainda é tímido no Brasil: 0,7 a 1,0 quilo por pessoa ao ano. Segundo o especialista, o consumo baixo vai além de questões culturais, reforçadas pelo comércio de carnes mais populares, como a bovina e a de frango. “Os criadores não têm aderido de forma efetiva à ovinocultura também por falta de conhecimento, de estruturação da cadeia – faltam cooperativas e assistência técnica qualificada, além de plantas de abatedouros nas proximidades da propriedade rural, dentre outras.”
Mesmo assim, “dentro do panorama brasileiro, os estados ou regiões que se destacam pelos bons índices de produção são o Nordeste, com o maior contingente de cabeças, região Sul, com destaque para Rio Grande do Sul. Ainda há grande estímulo de produção na região Sudeste”, destacou.