Produtores de cacau da Bahia voltam a sofrer com seca após período de chuvas artificiais
Preocupados em salvar a produção e diminuir os efeitos da seca causada pelo El Niño, produtores de cacau do sudeste da Bahia se juntaram para contratar um serviço de indução de chuvas. A medida foi financiada em parceria com a Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), e, de acordo com relatórios, conseguiu aumentar os níveis pluviométricos na região. Entretanto, para alguns agricultores não houve uma solução suficiente a longo prazo.
Foram realizados mais de 30 vôos ao longo dos 35 dias de projeto entre os meses de dezembro e janeiro. As aeronaves contratadas sobrevoaram as cidades de Ilhéus e Itabuna, onde lançaram uma solução de água potável com o objetivo de aumentar o tamanho das nuvens e provocar as chuvas. A técnica se popularizou nos últimos anos após ser usadana tentativa de abastecer as represas do Estado de São Paulo. Sua eficácia, porém não é consenso entre os cientistas, apesar de haver poucos estudos científicos capazes de dar um veredicto final à discussão.
No total, a indução custou R$ 290 mil, divididos entre agricultores e AIPC. De acordo com a ModClima, empresa responsável pelo serviço, 11 chuvas foram induzidas com sucesso, e no período também ocorreram precipitações naturais.
Para o produtor Pedro Spinola, dono de uma fazenda de cacau em Ilhéus, a indução aliviou pontualmente a situação crítica dos produtores: “Tivemos um diálogo inédito com a AIPC em prol de um bem comum. Felizmente, as chuvas nos ajudaram ao menos a apagar incêndios nas lavouras. Se compararmos com nossos prejuízos, os custos de implementação foram baixos”, afirma. Ainda assim, no último mês Spinola teve de contratar caminhões-pipa para abastecer a plantação. “Estamos quebrados financeiramente, e essa parceria foi muito interessante. Estamos na expectativa de contratar de novo o serviço, pois os incêndios estão voltando”.
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