EUA estabelecem margem de dumping para importações de papel brasileiras
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira margens antidumping de 2,05 a 222,46 por cento sobre importações de papelnão revestido de Brasil, Austrália, China, Indonésia e Portugal, determinando que esses produtos estavam sendo vendidos a valores menores que o justo.
A decisão ocorre após uma investigação de quase um ano sobre a precificação de folhas depapel não revestido para cópias, envelopes, livros, contas de serviços públicos e outros usos.
No Brasil, a International Paper do Brasil, uma unidade da International Paper recebeu umamargem antidumping de 41,39 por cento, enquanto a Suzano Papel e Celulose recebeu de22,16 por cento e todas as outras empresas brasileiras receberam margem de 26,95 por cento.
Em 2014, os Estados Unidos importaram 211 milhões de dólares de papel não revestido do Brasil, 200 milhões de dólares da Indonésia, 164 milhões de dólares de Portugal, 61 milhõesde dólares da Austrália e 54 milhões de dólares da China, disse a Comissão Internacional deComércio do Departamento de Comércio dos EUA.
A Paper Australia recebeu a maior margem antidumping, de 222,46 por cento, enquanto as tarifas para outras empresas australianas foram fixadas em 138,87 por cento.
Na China, a Asia Symbol (Guangdong) Paper e a Asia Symbol (Shandong) Pulp and Paper receberam uma margem de 84,05 por cento, enquanto outras empresas tiveram margemfixada em 149 por cento.
Na Indonésia, a Indah Kiat Pulp & Paper TBK, Pabrik Kertas Tjiwi Kimia Tbk PT e Pindo Deli Pulp and Paper Mills PT receberam margem de 17,39 por cento por não terem participado da investigação, enquanto outras empresas do país receberam de 2,05 por cento.
Empresas portuguesas, incluindo a Portucel, receberam margem de dumping de 7,8 por cento.
A reclamação original foi feita por Domtar Corp, Finch Paper Holdings, Packaging Corp of America e PH Glatfelter e dois sindicatos de trabalhadores norte-americanos.
(Por David Lawder)