Produtores de cacau e indústria processadora recorrem à indução de chuvas para minimizar os danos da estiagem

Publicado em 23/12/2015 11:22
A mesma tecnologia utilizada pela Sabesp para induzir chuvas localizadas é utilizada na zona cacaueira da Bahia

Brasília, 23 de Dezembro de 2015 - Para driblar a estiagem que afeta a produção de cacau na Bahia, os produtores da amêndoa na região, em ação conjunta com a Associação Nacional da Indústria Processadora de Cacau (AIPC), deram início ao processo de indução de chuvas localizadas, por meio de uma empresa especializada nesse tipo de tecnologia.  

A escassez de chuvas, especialmente nas principais regiões cacaueiras da Bahia, tem afetado a colheita dos produtores que sofreram uma perda de 40.000 toneladas na safra atual e prevêem uma redução de 30% na próxima. A AIPC está contribuindo para a viabilização da primeira etapa da indução (programada entre os dias 14 de dezembro e 13 de janeiro), que prevê até 17 horas de voos, nas regiões de Ilhéus, Itabuna, Itajuipe e Uruçuca (uma área aproximada de 85 x 65 quilômetros). E o esforço se mostra válido: as primeiras chuvas já começaram a cair.

“A participação da AIPC vai permitir que os trabalhos se prolonguem, aumentando a probabilidade de sucesso na intenção de provocar chuvas nas áreas produtoras de cacau e assim amenizar os impactos negativos na produção que já enfrenta forte redução na oferta”, comenta o secretário-executivo da AIPC, Walter Tegani.

A expectativa, segundo o representante dos produtores da região, Pedro Spinola, é que a indução consiga produzir chuvas satisfatórias e diminuir consideravelmente os danos à lavoura provocados pela estiagem. 

Como é feita a indução de chuvas localizadas - A tecnologia utilizada na indução das chuvas é brasileira e 100% sustentável. É a mesma técnica utilizada pela SABESP (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) para elevação dos níveis de água das represas de abastecimento em São Paulo. Este processo de indução de chuvas localizadas estimula uma nuvem a crescer e chover sobre área alvo, utilizando  apenas água potável. É uma excelente ferramenta para minimizar  o risco  climático na agricultura,  pois atua em   áreas de concentração de produção agrícola suscetíveis a alta variabilidade de índices pluviométricos.

Fonte: AIPC

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