Greve na Petrobras reduz em 5% produção de petróleo do Brasil

Publicado em 18/11/2015 06:04

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras informou nesta terça-feira que a greve dos trabalhadores reduz, desde o dia 9 de novembro, a produção de petróleo no Brasil em cerca de 100 mil barris/dia, ou 5 por cento da extração da companhia no país, enquanto a redução na produção de gás natural é de 1,5 milhão de metros cúbicos/dia, ou 3 por cento da disponbilidade do mercado.

A estatal lembrou que 10 dos 17 sindicatos de trabalhadores informaram a aprovação da proposta da empresa e o encerramento da greve em suas respectivas bases. Porém ainda há registro de mobilizações em algumas unidades, especialmente na Bacia de Campos, que responde pela maior parte da extração no Brasil. Apesar da greve, não há impactos no abastecimento do mercado.

Produção de petróleo da Petrobras no Brasil cresce 2,1% em outubro ante setembro

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu 2,10 milhões de barris por dia (bpd) em média em outubro, volume 2,1 por cento maior que o verificado em setembro, com a conclusão das paradas programadas para manutenção de grandes plataformas, informou a petroleira nesta terça-feira.

Já a produção média de petróleo e gás natural, em outubro, no Brasil e no exterior, atingiu 2,76 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), alta de 1,6 por cento ante setembro.

(Por Roberto Samora)

Sindicato recomenda que petroleiros desembarquem de plataformas em Campos

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O sindicato responsável pelos trabalhadores da Petrobras da Bacia de Campos (Sindipetro NF) está recomendando que seus associados em greve desembarquem das 51 unidades marítimas que aderiram ao movimento e deixem as operações nas mãos da petroleira.

A recomendação do Sindipetro NF ocorre após a Federação Única dos Trabalhadores (FUP), a qual é filiado, ter recomendado na semana passada o fim do movimento. Aqueles trabalhadores que seguem em greve, após a Petrobras ter firmado uma série de compromissos, querem agora evitar desconto de salário de 50 por cento nos dias não trabalhados, conforme decidiu a estatal.

Atualmente, segundo o sindicalista Bezerra, a maior parte dos trabalhadores das unidades marítimas em Campos, incluindo plataformas de produção, sondas de perfuração e Unidades de Manutenção e Segurança (UMS), participa do movimento. A bacia responde por mais de 60 por cento da produção de petróleo do país.

"Queremos ver se a Petrobras consegue manter a produção sem os seus funcionários, somente com as equipes de contingência", afirmou Bezerra.

O líder sindical calcula que cerca de cinco plataformas fixas de produção na Bacia de Campos permanecem sem produzir, incluindo a Enchova e a P-8.

"Algumas plataformas ainda estão sem produzir, mas não tem como falar quanto, porque nossos informantes nas unidades não estão mais lá para nos passar os números", disse Bezerra.

Questionada, a Petrobras não respondeu nesta terça-feira quais os atuais impactos da greve na produção de petróleo e gás.

A greve, considerada a pior em 20 anos, com impactos expressivos na produção, começou como forma de protestar contra a venda de ativos da empresa e a redução dos investimentos.

Mas com o avanço das negociações, os sindicalistas consideraram ter obtido sucesso com a proposta da Petrobras de criação de um grupo de trabalho para avaliar as alternativas possíveis para capitalizar a empresa.

O Sindipetro NF está em greve desde 1º de novembro, apesar de a FUP ter recomendado na última sexta-feira a interrupção do movimento.

Além do Norte Fluminense, os sindicatos de Espírito Santo e Minas Gerais também não aceitaram o indicativo da FUP. Outros dez sindicatos filiados à federação, incluindo o Sindiquímica-PR, decidiram encerrar a paralisação.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que tem outros cinco sindicatos filiados e que iniciou a greve em 29 de outubro, também permanece na paralisação.

Procurada nesta terça-feira, a Petrobras repetiu posicionamento enviado na última quarta-feira, sobre sua última proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2015.

A companhia propôs reajuste de 9,53 por cento nas tabelas salariais e em outras parcelas remuneratórias. Também manteve benefícios e vantagens que fazem parte do acordo vigente.

"Essa é a proposta definitiva da companhia e traduz o empenho máximo da empresa para atender às reivindicações dos empregados e seus representantes", afirmou em nota.

(Por Marta Nogueira)

Fonte: Reuters

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