Entrada de novas pragas agrícolas no Brasil podem causar prejuízos no agronegócio

Publicado em 10/09/2015 15:00

O agronegócio brasileiro está sob ataque. Nos últimos meses, três novas pragas agrícolas foram detectadas no país, fato que serviu para reaquecer as discussões sobre a importância da defesa fitossanitária no Brasil.  Nesta quinta-feira (10), dezenas de especialistas estiveram reunidos em São Paulo para apresentar as novas pragas e apontar caminhos para a erradicação desses invasores, que já causam prejuízos aos produtores em várias regiões do país.

Entre as novidades, a que mais preocupa até o momento é a Melanagromyza sp., também conhecida como Mosca-da-haste da soja, identificada no Rio Grande do Sul em julho desse ano. Trata-se de uma praga importante na Austrália, onde causa perdas de até 30% na produção de grãos, mas que já está amplamente disseminada pela Ásia. A Melanagromyza também está presente no Paraguai e Argentina, que podem ter sido a origem dos invasores encontrados no Brasil.

A situação exige atenção, especialmente pela lentidão das autoridades no Brasil. “É preciso mais agilidade. Paraguai e Argentina poderão fazer o controle da Melanagromyza mais facilmente, pois terão produtos disponíveis para o combate mais rapidamente. Eles já estão testando produtos. No Brasil, a burocracia deve retardar a chegada desses produtos”, afirma Jerson Guedes, pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria.

Outra ameaça real à agricultura nacional, também apresentada nesta quinta-feira, é uma nova variedade da lagarta Helicoverpa, que tem causado prejuízos bilionários aos produtores brasileiros nos últimos anos. Identificada no Ceará, a Helicoverpa punctigera é tão agressiva quanto sua “prima” armigera. Estimativas indicam uma perda potencial de até 16 sacas por hectare de soja, 54 sacas na cultura do milho e até 76 sacas no algodão.

A terceira espécie apresentada, já conhecida por muitos cotonicultores, é a Amaranthus palmeri, principal praga do algodão e soja nos Estados Unidos, identificada pela primeira vez no Brasil há alguns meses no estado do Mato Grosso. A falta de controle pode causar perdas de até 91% na cultura do milho, 79% na soja e 77% no algodao, segundo bibliografia norte-americana.  A Amaranthus chama a atenção por não manifestar qualquer sintoma de fitotoxicidade após a aplicação do herbicidas, o que torna o seu combate ainda mais difícil.

Fonte: AI Andef

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Prosa Agro Itaú BBA | Agro Semanal | Safra de café arábica 2025/26 comprometida
CNA aborda cenários para o setor agropecuário em 2025 no MS Agro
Entre as empresas que se destacam nesse cenário, a Macfor promove neste mês o evento “Melhores Cases de Marketing Agro 2024"
Macfor reúne líderes e referências do setor para revelar melhores cases de marketing no agronegócio em 2024
Macfor reúne líderes e referências do setor para revelar melhores cases de marketing no agronegócio em 2024
"Produzir alimento é um ofício sagrado. Saiba que na solidão do seu ofício, você faz o bem a muitas pessoas", diz Pe. Fábio de Melo durante a SIC
undefined