Chuvas avançam pelo centro-sul neste sábado. SP pode receber 40 mm
SÃO PAULO (Reuters) - O tempo começa a mudar a partir deste sábado no centro-sul do Brasil, com o avanço de um novo sistema meteorológico provocando chuvas que interromperão um longo período de estiagem em diversas regiões, podendo atrapalhar trabalhos de colheita de cana-de-açúcar, café e milho.
As chuvas começam no sábado pelo Rio Grande do Sul e, no domingo, chegam a Santa Catarina e Paraná, onde poderão ser observadas pancadas de chuvas em vários municípios, disse nesta sexta-feira o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar.
"Na segunda-feira, há previsão de chuvas para quase todo o Estado de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e Paraná", destacou Santos, em boletim.
O serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, indica que São Paulo, principal Estado produtor de cana do país, terá sete dias consecutivos de chuvas a partir de segunda-feira da próxima semana, com acumulados médios de 38 milímetros no período, após quase um mês praticamente sem nenhuma chuva.
"Ao longo da semana que vem, novas frentes frias irão avançar não só pelo Sul, mas também pelo Sudeste, onde irá atrapalhar e até mesmo inviabilizar os trabalhos de colheita do milho safrinha, do café e da cana-de-açúcar", destacou Santos.
O clima seco vem favorecendo os trabalhos das usinas de etanol e açúcar, que conseguiram trabalhar forte na colheita nos últimos 30 dias. Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostraram moagem elevada na segunda quinzena de julho e na primeira de agosto.
Para o café, o retorno das chuvas pode atrapalhar a colheita que está numa etapa final, mas favorece a floração antecipada dos cafezais, disseram na quinta-feira especialistas ouvidos pela Reuters.
O Weather Dashboard aponta chuvas no sul e sudoeste de Minas Gerais, uma das principais regiões do cinturão cafeeiro do país, de cerca de 40 milímetros na semana.
"Aos poucos as chuvas vão retornando as regiões produtoras do Sudeste e Centro-oeste, o problema é mesmo com esse retorno, as chuvas ainda serão irregulares e de baixa frequência sobre a região central do Brasil", destacou o meteorologista da Somar.
O temor dos cafeicultores do Sudeste é que as chuvas não sejam prolongadas o suficiente para permitir a continuidade do desenvolvimento da florada.
(Por Gustavo Bonato; Edição de Roberto Samora)