Plantas de cobertura para lavouras paulistas
O sistema de semeadura direta na palha pode gerar grandes benefícios ao meio ambiente pela conservação da água e do solo, através da redução do impacto direto da gota da chuva e da velocidade de escorrimento superficial da água, melhorando a infiltração da água no solo e evitando perdas de solo por erosão. E também através da diminuição da amplitude térmica do solo, o que proporciona redução da evapotranspira- ção e manutenção da umidade do solo. Essa conservação da água e do solo é proporcionada pela cobertura permanente do solo, ou seja, pela manuten- ção do solo coberto durante todo o ano por uma camada de palha (palhada), um dos três pilares necessários para se ter um eficiente sistema de semeadura direta, complementado pelo não-revolvimento do solo e pela rotação de culturas.
No entanto, segundo Brancalião et al (2008), a dificuldade de produção e persistência dessa palha é um dos entraves na consolidação desse sistema no estado de São Paulo. Isso reforça a preocupação de se produzir resíduos vegetais que tenham decomposição mais lenta, o que significaria manter o resíduo protegendo o solo por maior período de tempo (Ceretta et al, 2002). De acordo com Stone et al (2006), a utilização da palhada originada dos resíduos vegetais de culturas anteriores e de plantas daninhas geralmente é insuficiente para a plena cobertura do solo, devido às altas temperaturas, associadas à umidade adequada, nos trópicos, que promovem sua rápida decomposição.
Por essa razão, para se manter o solo coberto durante todo o ano, na maioria das vezes é necessária a utilização de culturas com o objetivo principal de formação de palhada para o sistema de semeadura direta, as chamadas plantas de cobertura. À medida que o sistema de semeadura direta foi substituindo o sistema de semeadura convencional, o interesse pelas plantas de cobertura aumentou, uma vez que, associadas aos preparos conservacionistas, elas favorecem o controle da erosão e, ao mesmo tempo, podem resultar em melhoria de atributos físicos e químicos do solo que refletem na produtividade (Trabuco, 2008).
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