ARROZ: crise no Sul faz agricultores publicarem manifesto pedindo adiamento de pagamentos
A maioria dos arrozeiros do Rio Grande do Sul volta a enfrentar grave crise economica, com a falencia rondando mais de 90 % das áreas de produção. Diante do aumento das dificuldades (advinda das medidas do ajuste fiscal, como o aumento do custo da energia), mais de 500 produtores reuniram-se em Cachoeira do Sul nesta sexta-feira, para lançar um manifesto à Nação - a CARTA DE CACHOEIRA - onde pedem adiamento dos prazos de pagamentos de investimentos e emprestimos, enquanto aguardam medidas estruturantes do Poder Público. Leiam abaixo o manifesto dos arrozeiros:
Carta de Cachoeira
Cachoeira do Sul, 05 de junho de 2015
Em assembleia geral extraordinária, os arrozeiros gaúchos realizaram em Cachoeira do Sul, no dia 05/06/2015, no ginásio da Fenarroz, com a participação de aproximadamente 600 produtores de arroz de 34 municípios, considerando a grande crise em que passa lavoura arrozeira, devido ao baixo preço de comercialização do produto, em torno de R$ 32,00 por saco produzido, frente a um custo de cerca de R$ 40,00 por saco, e ainda, pela perspectiva de elevação de custos para a próxima safra, impossibilitando o pagamento dos compromissos assumidos na safra 2014/2015, inviabilizando esta atividade, e decretando a falência da lavoura arrozeira no Estado do Rio Grande do Sul, decidiram o seguinte:
Ações imediatas
1 - Solicitar das autoridades competentes a imediata prorrogação por 90 dias dos pagamentos de todas as operações de crédito rural, constando cláusula de obrigatoriedade no cumprimento da medida, sem condicionamentos junto ao Sistema financeiro Nacional, vinculadas a receitas oriundas da lavoura arrozeira da safra 2014/2015, incluindo custeio, investimento, comercialização, renegociação, e demais operações.
2 – Carência de 2 anos para o pagamento das dívidas dos arrozeiros gaúchos. Após o período de carência, pagamentos anuais limitados a 5% do faturamento bruto do produtor, pela média dos últimos 10 anos.
3 – Exclusão do nome/CPF dos arrozeiros gaúchos junto aos órgãos de restrição de crédito.
4 – Liberação imediata de recursos controlados para a safra 2015/2016.
5 – Agendamento, com urgência, de reunião com a ministra Kátia Abreu, com a participação das entidades de classe e arrozeiros.
6 – Projetos e campanhas institucionais permanentes de incentivo ao aumento do consumo de arroz no Brasil.
Ações de médio prazo
1 – Incentivo à exportação de arroz, propiciando toda a logística necessária.
2 – Liberação da comercialização de defensivos genéricos.
3 – Desconcentrar ao máximo as datas de vencimento do custeio agrícola, visando diminuir a grande oferta em um prazo curto e conhecido, que causa a diminuição do preço do arroz.
4 – Redução da carga tributária incidente em insumos da lavoura arrozeira, especialmente em relação à energia elétrica, fertilizantes e óleo diesel.
CARLOS COGO MOSTRA QUE EXPOTAÇÕES DE ARROZ SEGUEM EM RITMO FORTE
exportações têm forte expansão em maio e atingem maior volume nesta safra
As exportações brasileiras de arroz (base casca) tiveram forte expansão em maio/2015, subindo para 172.811 toneladas, o maior volume mensal exportado neste ano-safra 2014/2015. As exportações brasileiras de arroz em maio – o terceiro mês do ano-safra 2014/2015, que iniciou em 1º de março de 2015 e encerra em 28 de fevereiro de 2016 – cresceram 43,8% em relação ao mesmo mês do ano passado (maio/2014).
Em relação ao mês anterior (abril/2015), a alta em maio/2015 é de expressivos 247,6%. O destaque foi a exportação de 58.000 toneladas de arroz beneficiado para Cuba, que equivalem a 85,9 mil toneladas base casca, a um preço médio FOB de US$ 496 por tonelada. Do volume total (base casca) exportado em maio de 2015, 0% foram de arroz em casca; 0,1% de produto esbramado; 64,5% de produto beneficiado e 35,4% de quebrados de arroz.
O volume exportado em maio de 2015 ficou 74,4% acima da média mensal do ano-safra 2013/2014, que fechou em 99.073 toneladas (base casca). No acumulado do ano-safra 2014/2015 – entre março e maio deste ano –, as exportações brasileiras de arroz somam 365.168 toneladas (base casca), queda de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram exportadas 383.380 toneladas (base casca).
As importações brasileiras de arroz (base casca) tiveram forte baixa em maio/2015, com recuo de 34,5% em relação ao mesmo mês do ano-safra anterior (maio/2014). O volume importado em maio/2015 ficou 16,8% abaixo da média mensal do ano-safra anterior (2013/2014), que fechou em 66.333 toneladas (base casca). No acumulado do ano-safra 2014/2015 – entre março e maio deste ano –, as importações brasileiras de arroz somam 147.976 toneladas (base casca), queda de 32,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram importadas 218.985 toneladas (base casca). No acumulado do ano-safra 2014/2015 (março-maio), as exportações superaram em 217.192 toneladas as importações.
Atenciosamente,
Carlos Cogo