Desvalorização do real deu fôlego às exportações brasileiras no 1º trimestre: café e farelo de soja lideram vendas externas

Publicado em 01/04/2015 19:03

Brasília (01/04/2015) - As exportações brasileiras somaram US$ 42,8 bilhões no primeiro trimestre de 2015, queda de 13,7% na comparação com o mesmo período de 2014. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (1/4), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Mesmo com uma queda de 13,2% nas importações (US$ 48,3 bilhões), o saldo comercial brasileiro para os três primeiros meses do ano fechou com déficit de U$$ 5,6 bilhões. No entanto, a desvalorização do Real frente ao dólar pode ter dado fôlego às exportações, contribuindo para uma diminuição no déficit em 2015, se comparado com o 1º trimestre de 2014, que teve saldo negativo de US$ 6,1 bilhões.

A grande queda (43% pela média diária) das exportações de soja em grão, na comparação entre o 1º trimestre deste ano e o mesmo período de 2014, é explicada pelas adversidades climáticas, pelo atraso da colheita e pela greve dos caminhoneiros no mês de março. Em pleno período de colheita, estes fatores dificultaram a chegada da soja aos portos. No primeiro trimestre, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões do produto. Além disso, os grandes compradores de soja, como a China, temendo atraso da entrega do produto, buscaram mercados alternativos, como os estoques remanescentes dos EUA, diminuindo ainda mais as exportações brasileiras.

Em contrapartida, o farelo de soja foi destaque nos embarques no primeiro trimestre de 2015. Com um valor exportado de US$ 1,3 bilhão, crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período do ano passado, as exportações não sofreram com a greve dos caminhoneiros, em razão dos estoques do produto nos portos. O café foi o carro-chefe da balança comercial brasileira para o 1º trimestre, com exportações que atingiram o valor de US$ 1,6 bilhão, crescimento de 40,4%, em relação aos primeiros três meses de 2014. A desvalorização do Real vem permitindo excelentes ganhos para o produtor brasileiro, o principal exportador do grão no mercado mundial.

Assim como o café, a desvalorização do Real melhorou a margem dos produtores de açúcar e impulsionou as exportações do produto refinado, que apresentou aumento de 2,4%. Apesar da queda dos preços, os produtores aproveitaram o dólar valorizado para venderem seus estoques, que continuam em alta. Espera-se que, em abril, com o início da nova safra de cana-de-açúcar, o volume de exportação deste item volte a aumentar. A China, importante comprador de açúcar, tem aproveitado a política de subsídios tailandesa e a proximidade com o país vizinho para adquirir o açúcar, o que pode influenciar negativamente as exportações brasileiras.

Produtos como fumo em folhas continuam a ganhar espaço na pauta de exportação brasileira. Com um crescimento de 43,1%, o produto alcançou receita de US$ 444 milhões no 1º trimestre.

Fonte: CNA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Especialistas do Congresso ABAG/B3 avaliam o posicionamento do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono
Inteligência artificial e inovação otimizam pulverizações no canavial e otimizam custos
Mapa apresenta aos BRICS programa de conversão de pastagens degradadas do Brasil
Socorro aos produtores gaúchos atingidos pela catástrofe depende da análise do Senado para sair do papel
Instituições educacionais trazem foco à gestão e sucessão familiar para ampliar atuação no agro