Caminhoneiros ameaçam com nova greve. Blairo Maggi foi vaiado 2 vezes
Caminhoneiros autônomos disseram que vão entrar em greve em 23 de abril se o governo não criar, até lá, uma tabela com valores mínimos para pagamento de frete.
A decisão ocorreu após encontro, nesta quinta-feira (26), em Brasília, entre representantes de motoristas, empresas e governo.
A reunião --marcada para debater as propostas aceitas pelo governo para parar com a greve dos caminheiros no mês passado-- foi tensa.
Com previsão de durar duas horas, teve o dobro do tempo. O senador Blairo Maggi (PR-MT) foi vaiado em duas ocasiões após pedir a palavra para falar contra o tabelamento proposto pela categoria. Blairo foi dono da Amaggi, empresa de agronegócio e que contrata os caminhoneiros para fazer o frete.
Os caminhoneiros queriam que a reunião desta quinta já definisse a tabela mínima para o pagamento de frete.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, defendia que a tabela fosse apenas uma referência. Os caminhoneiros se recusaram a referendar a tabela de referência e ameaçaram então começar uma greve ainda nesta semana.
A alegação do governo para não criar a tabela mínima é que seria necessário garantir fundamento jurídico para evitar que os embarcadores derrubem a decisão na Justiça. Os caminhoneiros deram um prazo ao governo até o dia 22 de abril para que o governo consiga uma solução.
Governo diz que avaliará pleito sobre frete dos caminhoneiros em 22 de abril
BRASÍLIA (Reuters) - O governo marcou para o dia 22 de abril uma nova reunião com empresários e caminhoneiros para tomar uma decisão sobre o pleito dos motoristas sobre o preço do frete, disse nesta quinta-feira o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues.
A declaração foi dada após reunião com transportadores, embarcadores e caminhoneiros, que integram grupo de trabalho criado após protestos que bloquearam estradas do país em fevereiro.
Segundo o ministro, a principal proposta a ser analisada é de um tabelamento referencial e mínimo para o frete, com o objetivo de garantir renda aos caminhoneiros.
Ele ressaltou que existem pareceres dizendo que ser possível o tabelamento e outros afirmando que não, e é nisso que vai ser concentrada a análise.
(Por Leonardo Goy)