Eucalipto: Suzano celulose ainda calcula prejuízo após invasão do MST

Publicado em 06/03/2015 21:29
Grupo de 1.000 mulheres destruiu mudas de eucalipto geneticamente modificado desenvolvido há cerca de 15 anos em São Paulo (em veja.com)

 

Um dia depois de ter sido alvo de uma depredação promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), a empresa de biotecnologia FuturaGene ainda não calculou a dimensão dos prejuízos. Na ação criminosa, cerca de 1.000 mulheres invadiram a sede armadas com barras de ferro e madeira, facões e até machados. Nesta sexta-feira, funcionários da empresa realizaram trabalhos de limpeza e reparação das estufas danificadas pelo MST no centro de pesquisas em Itapetininga, interior de São Paulo. No local, era desenvolvida uma espécie de eucalipto transgênico há cerca de quinze anos.

A assessoria de imprensa da empresa, que faz parte do grupo Suzano Papel e Celulose, disse que a companhia não chegou a um valor estimado, tampouco avaliou quanto tempo demorará para retomar o estágio das pesquisas com a espécie geneticamente modificada de eucalipto. Apesar do ataque aos viveiros com as mudas de eucalipto, o prédio do laboratório onde os cientistas desenvolviam experimentos foi preservado. A empresa apresentaria estudos sobre o projeto em Brasília nesta quinta-feira, mas agora deverá revelar os dados à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em abril.

Nenhuma das mulheres que participaram do ato de vandalismo organizado pelo MST foi presa. A Polícia Civil investiga a ação por crimes como ameaça, dano ao patrimônio privado e crime ambiental. Para tentar justificar a depredação, MST afirma que o ato foi uma denúncia dos supostos males ambientais e sanitários do plantio em larga escala do eucalipto transgênico.

Histórico - A destruição das mudas é apenas mais uma das ações condenáveis do MST, um movimento que, como já mostrou VEJA em diversas reportagens, é comandado por agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, usam uma multidão de desvalidos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saques e atos de vandalismo. Com os anos, o movimento passou por um processo de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito isso não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói e saqueia - e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios improdutivos.

Integrantes do MST invadiram a FuturaGene, fábrica da Suzano para plantas transgênicas em Itapetininga (SP) - 05/03/2015(Reprodução/Facebook)

 

Um documentário do MST que canoniza Hugo Chávez começou a circular na internet

Se falta terra, sobra dinheiro à organização paramilitar que, embora não exista oficialmente, é contemplada com verbas do governo federal, financiamentos do BNDES e gordos adjutórios do Clube dos Comparsas Bolivarianos. Livre de aflições financeiras, o MST mantém aquartelodas nas barracas de lona promovidas a quartéis os soldados do que Lula batizou de “exército do Stédile”. A fartura é tanta que a sigla agora produz documentários concebidos para canonizar farsantes liberticidas e estimular conspirações contra o estado democrático de direito.

A obra mais recente circula na internet desde quarta-feira, 4 de março. “Chávez vive no coração do Brasil”, garante o título da fraude que se estende por 16min36. “Chávez alimentou de novo, em nossos corações, o sentimento de união dos povos do nosso continente. Nossa pátria grande”, festeja no primeiro minuto a voz em off da narradora.

Do início ao fim da vigarice audiovisual, aparecem alternadamente na tela as estrelas do elenco. Stédile abre a discurseira num espanhol de fazer o argentino Francisco esquecer que é Papa e partir para a ignorância. Aparições de Chávez sublinham o desfile dos demais protagonistas: “O companheiro Chávez, na nossa América Latina, é de uma importância histórica extraordinária”, derrama-se Lula.

Aos 5min48, o bolívar-de-hospício que virou passarinho, o reprodutor de batina Fernando Lugo e Rafael Corrêa, o maior canastrão mexicano do Equador, assustam os espectadores com a reprise do numerito que fez muito sucesso no Fórum Social Mundial de 2009, realizado em Porto Alegre: em coro, a trinca assassina a letra e a música de “Comandante Che Guevara”.

Porta-voz da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), a coadjuvante Paola Estrada voa de volta ao século 19: “Nessa articulação de construir a articulação dos movimentos sociais da Alba”, derrapa espetacularmente já na decolagem. “E tentar impulsionar a partir desse processo pra além de ações do que a gente está acostumado de ter ações de solidariedade com este ou aquele país, mas de tentar construir processos de luta continentais contra o inimigo comum. Enfrentar o imperialismo”.

O teólogo Marcelo Barros entra em cena com uma única dúvida: deve despejar suas certezas em português ou portunhol? “Outra ação muito importante do presidente é esse apelo a uma radicalização da democracia, del democrácia”, vacila. “Una democrácia que pela constituição bolivariana é parlamentar, mas é também participativa. E outra é a esperança del socialismo. El hecho nu aún construído, nu aún realizado totalmente, pero en caminho. Que el socialismo és le hecho mais humano, mais espiritual do que o capitalismo”.

Lula de novo: “A Venezuela é um país muito parecido com o Brasil, tem um povo muito parecido com o Brasil e a Venezuela tem uma fronteira muito grande com o Brasil e, portanto, o Brasil teria que ter na Venezuela uma parceria estratégica grande. E muitas vezes a direita brasileira, os conservadores não acreditavam. Eles só sabiam ser contra o Chávez ideologicamente, mas não percebia o homem humano que estava dentro do Chávez”.

Stédile capricha no epílogo: “Chávez, que passou como um furacão na Venezuela, nesse curto espaço de vida pública nos deixou um legado que não é só para minha generação, é um legado histórico que atravessará as próximas generações e marcará o futuro da América Latina”. Lula conta com o exército de Stédile na guerra a favor dos ladrões amigos. Stédile conta com a ajuda da Venezuela. A Venezuela conta com um milagre do comandante que virou passarinho.

O que pretende ser documentário é, simultaneamente, uma comédia sem graça e um faroeste cucaracha em que o bandido se fantasia de mocinho. Merece mais que os apupos da plateia. Merece uma investigação da Polícia Federal. De onde veio o dinheiro enterrado nesse besteirol bolivariano?

(por Augusto Nunes)

 

Fonte: veja.com

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