MST invade empresa de eucalipto transgênico da Suzano e votação sobre liberação é adiada

Publicado em 05/03/2015 18:15

SÃO PAULO (Reuters) - A votação que ocorreria nesta quinta-feira na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) sobre liberação de plantio comercial de eucalipto geneticamente modificado da Futuragene, empresa da Suzano Papel e Celulose, foi adiada para abril após protestos de manifestantes contrários à tecnologia.

Cerca de 1.000 mulheres integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram a sede da empresa de biotecnologia em Itapetininga (SP) e, em paralelo, manifestantes protestaram em Brasília no prédio da Agencia Espacial Brasileira (AEB), onde ocorreria a votação.

Segundo o MST, a invasão das mulheres, parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, destruiu mudas dos eucaliptos transgênicos da companhia.

"A ação pretende denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto transgênico pode causar ao meio ambiente", afirmou o MST em comunicado.

"Se aprovado pela comissão, o eucalipto reduziria sua rotação de seis a sete anos para, apenas, quatro anos. O gasto de água será maior que os 25 a 30 litros por dia por cada eucalipto plantado que se utiliza hoje. Estamos, novamente, chamando atenção para o perigo dos desertos verdes", afirmou Catiane Cinelli, integrante do Movimento de Mulheres Camponesas.

Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que engloba a CTNBio, a votação foi adiada por motivos de segurança. Nova reunião sobre o pedido de autorização para o plantio do eucalipto transgênico está prevista para 9 de abril. Além do eucalipto da Futuragene, a CTNBio analisaria pedidos envolvendo duas novas variedades de milho.

A Futuragene afirma que o eucalipto geneticamente modificado traz ganhos de produtividade da ordem de 20 por cento em relação ao eucalipto natural e é avaliado em campo pela companhia desde 2006. O ganho de produtividade se dá por conta do maior crescimento em altura e em diâmetro do eucalipto transgênico, o que resulta em maior volume de madeira produzido por hectare.

A indústria nacional de mel também se mostra contra a liberação, alegando que teria as exportações prejudicadas, diante da resistência de países europeus a organismos geneticamente modificados.

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, um dos grandes riscos da variedade transgênica de eucalipto é a contaminação de plantios convencionais da árvore que subsidiam grande parte da produção de mel no Brasil.

Procurada, a Futuragene afirmou que a invasão destruiu estufas, sistemas de irrigação e revirou mudas de eucaliptos que estavam sendo estudadas. Os manifestantes não chegaram a invadir os laboratórios da empresa.

"Todos os estudos exigidos pela CTNBio foram apresentados pela empresa. Tanto que chegamos à última fase de aprovação comercial", afirmou a Futuragene, acrescentando que ainda não é possível calcular o prejuízo material e tecnológico causado pela invasão.

 

EM VEJA, COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO:

“Exército” convocado por Lula vai à luta e destrói anos de pesquisa científica

Há dias, Luiz Inácio Lula da Silva convocou o “exército” de João Pedro Stédile a ir para as ruas para enfrentar, como é mesmo?, os reacionários, os conservadores, sei lá o quê. Nesta quarta, ele esteve de novo com representantes do MST, que organizam, com a CUT e com a UNE, uma manifestação para o dia 13, convocada para, podem rir, “defender a Petrobras”.

Pois bem!

Nesta terça, mulheres do MST, todas mascaradas, invadiram uma unidade da empresa Suzano, na cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo. Mudas de eucaliptos foram destruídas na ação (foto).

Atenção! Tratava-se de uma planta geneticamente modificada, que vem sendo desenvolvida desde 2001. Antes de se dirigir às estufas e destruir as mudas, elas picharam placas e muros da empresa. Os funcionários presentes foram feitos reféns e só foram liberados depois que o ataque terrorista tinha sido consumado.

O novo eucalipto, chamado de “H421” seria apresentado nesta quinta à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, que regula esse tipo de pesquisa. Os bandidos que promoveram o vandalismo argumentam que a nova espécie consome mais água e põe em risco a produção brasileira de mel… Os pesquisadores estavam prontos para demonstrar que essas são apenas algumas das mentiras propagadas pelo MST.

E que se note: ainda que verdade fosse, é assim que se faz?

Eis aí. Esse é o “exército” de Lula. Esses são alguns dos interlocutores do petismo. Eles não gostam, como sabemos, é de caminhoneiros que trabalham.

A propósito
Circula no Facebook um vídeo postado pelo brasileiro Evaldo Renato. Ele está no Museu de Direitos Humanos de  Winnipeg, no Canadá. Entre os grandes heróis dessa luta está o MST. O vídeo está aqui. Evaldo conversou com a organização do museu e quis saber como o MST foi parar lá. Ficou sabendo que a indicação foi feita pelo governo brasileiro. É o exército de Lula.

Por Reinaldo Azevedo

Fonte: Reuters + VEJA

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