Caminhoneiros chegam à Brasília e negociações devem começar nesta 3ª feira

Publicado em 02/03/2015 15:34

Na tarde desta segunda-feira (2), a greve dos caminhoneiros continuava em pelo menos sete estados brasileiros - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - e a convocação do Comando Nacional do Transporte dos caminhoneiros para rumarem à Brasília continuava de pé. 

Por volta das 13h (horário de Brasília), uma página da rede social do Facebook chamada "Pátria Amada Brasil" e também a do Comando Nacional do Transporte compartilharam fotos de caminhoneiros concentrados no Posto Machado, a 20 quilômetros de Brasília. 

Segundo informações apuradas pela reportagem do Notícias Agrícolas, muitos caminhões já chegaram ao município e algumas lideranças estão em reunião com autoridades políticas na Câmara dos Deputados para então, somente depois da reunião, ser definido se a carreata e o buzinaço que estão previstos irão, realmente, acontecer.

Segundo o deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), os veículos que estão chegando à Brasília já foram autorizados à estacionarem na Granja Ipê e, em seguida, serão direcionados ao pátio Mané Garrincha e os caminhoneiros começarão a ser recepcionados por autoridades políticas. 

A programação inclui uma reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária nesta terça-feira (3) ao meio-dia em que um dos assuntos da pauta será os pleitos dos caminhoneiros e às 16h uma audiência com os motoristas. Os deputados trabalham, no entanto, para que seja feita uma audiência dos caminhoneiros com a presidente Dilma Rousseff ao longo do dia. 

Entre os principais itens da pauta continuam a necessária baixa nos preços do óleo diesel - de pelo menos R$ 0,50/litro - e a tentativa de se estabelecer um valor mínimo para o frete. Ambas as solicitações, entretanto, seguem fora do horizonte do governo federal, que vem tentando propor outras medidas aos profissionais, como a lei dos caminhonheiros podendo ser sancionada sem nenhum veto, o que poderia acontecer ainda nesta segunda-feira. 

"O óleo diesel chega a representar até 60% do faturamento de um veículo, então, com esse novo aumento, foi a gota d'água para os caminhoneiros. As empresas de transporte já estavam com dificuldades, mas devido a esse novo custo a situação chegou ao limite. Os bloqueios são liderados por caminhoneiros que realmente estão sentindo, no dia a dia, que suas contas estão fechando no vermelho e eles não aceitam mais essa situação", diz o assessor executivo do Sintropar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Oeste do Paraná), Antônio Carlos Ruyz.

 

No Valor: Dilma tenta encerrar protestos com sanção da Lei dos Caminhoneiros

A presidente Dilma Rousseff sanciona nesta segunda-feira a Lei dos Caminhoneiros, no contexto das negociações para colocar um fim às manifestações da categoria que ainda bloqueiam rodovias em alguns pontos do país, principalmente na Região Sul.

Dilma tem uma agenda nesta manhã com o ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, para, entre outros assuntos, afinar o texto final da norma e a proposta de refinanciamento de contratos dos caminhoneiros com o BNDES.

Leia a notícia na íntegra no site do Valor Econômico

 

No Correio Brasiliense:

Impedido por esquema de segurança, buzinaço na capital perde força

Motoristas afirmam terem ficado com receio de prosseguir com ato pacífico depois de serem barrados por policiais militares e rodoviários, além de homens da Força Nacional

Depois de programar um grande buzinaço na Praça dos Três Poderes, em Brasília, as dezenas de caminhoneiros que seguiam em direção ao Plano Piloto pela BR-060 teriam sido impedidas de prosseguir com o protesto pacífico após a montagem de um forte esquema de segurança da Polícia Militar de Goiás e do DF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional – que contesta a informação oficialmente. 
"Não há nenhum tipo de orientação para que a Força Nacional pare caminhoneiros ou impeça o livre trânsito por vias públicas. As equipes da Força atuam no apoio à PRF onde for solicitada para impedir bloqueios e cumprir recentes decisões judiciais sobre a paralisação de caminhoneiros", informou, por meio de nota, a Força Nacional.
Uma conta do Twitter atribuída ao Comando Nacional do Transporte, postou uma foto de caminhoneiros que estariam no entorno do DF, a 20 kms da capital, reunidos em um posto de combustível.
 


Entre os poucos motoristas que ficaram no local, contudo, o caminhoneiro Tiago Aragão, 32 anos, conta que às 4h de hoje, ele deu ignição no caminhão e iniciou o buzinaço no local. No entanto, sem adesão de outros trabalhadores, ele abandonou a ideia de ir à Esplanada. O homem também afirmou ter sofrido represálias de policiais. “Chegaram a dizer que se eu não parasse de buzinar, quebrariam meu veículo. Se dependesse de mim, eu já estava lá”, lamentou.

De acordo com informações de agentes da PRF no posto localizado na rodovia, parte do grupo tentaria furar o esquema de segurança no km 30 da BR-060, acessando a DF-290, na altura do Engenho das Lajes. Em nota, no entanto, a PRF, por meio da assessoria, afirmou que não houve impedimento de caminhoneiros e que as equipes apenas acompanharam desde cedo o movimento, por conta dos rumores do protesto. 

O movimento nacional dos caminhoneiros contava com a liderança do motorista catarinense Ivar Luiz Schmidt, 44 anos, que não foi mais encontrado depois de publicar um vídeo nas redes sociais conclamando a categoria a realizar o ato durante todo o dia “contra a indiferença e a corrupção do governo”. Segundo colegas, ele teria abandonado o local de concentração dos caminhoneiros – um posto de combustíveis próximo a Luziânia.
Um helicóptero da Polícia Civil sobrevoa o local e várias viaturas da Polícia Militar fazem rondas desde a madrugada na região. Os caminhoneiros veem a situação como uma forma de coação e, por isso, decidiram não continuar com o protesto.
 

Revolta
Para conseguir atingir a meta no 13º dia do movimento, o próprio Schmidt percorreu vários trechos de rodovias goianas, para convencer motoristas a aderir e a chamar outros. Ele argumentou que as bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram atendidas. A palavra mais usada por eles é “revolta”, negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias. “Estamos pagando para trabalhar” foi frase recorrente.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o assunto

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas + Correio Bra

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