Bolsas de Chicago e Nova York não operam nesta 2ª feira com feriado nos EUA
Nesta segunda-feira (16), as bolsas de Chicago e Nova York não operam devido ao feriado do Dia do Presidente celebrado nos Estados Unidos. Os negócios serão retomados nesta terça-feira (17).
Já no Brasil, hoje é segunda-feira de carnaval, amanhã é feriado e os negócios só devem ser retomados depois do meio-dia da Quarta-feira de cinzas (18).
Confira abaixo o fechamento dos mercados de café, milho e soja da última sexta-feira (13):
Café: NY fecha com leve queda nesta 6ª feira às vésperas de feriado prolongado
Por Jhonatas Simião
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica registrou preços mais baixos nesta sexta-feira (13), os operadores apenas ajustaram tecnicamente os patamares de preços. O contrato março/15 registrou 163,20 cents/lb com queda de 135 pontos, o maio/15 anotou 166,50 cents/lb com recuo de 95 pontos, o vencimento julho/15 fechou a sessão com 169,15 cents/lb e o setembro/15 registrou 171,55 cents/lb, ambos com desvalorização de 90 pontos.
Pela manhã, agências internacionais apontavam que o pregão desta sexta-feira não teria grandes novidades visto que se aproximam feriados nos principais países envolvidos com a commodity, e assim foi.
No Brasil, hoje é sexta-feira de carnaval e os negócios só devem ser retomados depois do meio-dia da Quarta-feira de Cinzas (18), nos Estados Unidos, é celebrado na segunda-feira (16) o feriado de Dia do Presidente. E no maior produtor mundial de café robusta, Vietnã, acontece o Ano Novo Lunar (Tet) na quarta-feira da semana que vem (18) e vai até dia 24 de fevereiro.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os investidores continuam na defensiva à espera de fatos novos e desta forma, não imprimem ritmo aos negócios e nem deixam os patamares, principalmente em Nova York, fluírem de forma tranquila. “Ao que parece, as cotações estão em processo de acomodação ante a realidade dos fatos disponíveis e assim, no curtíssimo prazo, não estão sendo esperados nenhum grosseiro movimento especulativo”, afirma o analista.
Nesta sexta-feira, a chefe da consultoria norte-americana Ganes Consulting LLC, Judith Ganes Chase, afirmou ao Dow Jones Newswires, que os estoques globais de café na safra 2015/16 não devem ser suficientes para impedir um rali nos preços. Ela estima que as reservas mundiais de café diminuam 4 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada. No entanto, o mercado não repercutiu essa informação.
Mercado interno
De acordo com Magalhães, no lado interno a paradeira é grande. A maioria do setor produtivo já saiu para o feriado esvaziando por completo as praças de comercialização ao redor do Brasil.
O tipo cereja descascado continua maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 573,00 a saca e alta de 1,24%. A variação mais expressiva no dia ocorreu na cidade de Varginha-MG que registrou valorização de 3,85% e tem saca cotada a R$ 540,00. (Veja abaixo a variação semanal do tipo no gráfico preparado pelo economista André Bitencourt Lopes)
O tipo 4/5 teve maior valor também em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 561,00 e alta de 0,18%. A localidade com a maior variação no dia foi Franca-SP com alta de 6,00% e saca cotada a R$ 530,00. (Veja abaixo a variação semanal do tipo no gráfico preparado pelo economista André Bitencourt Lopes)
Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Araguarí-MG que tem saca cotada a R$ 520,00 -- estável. A variação mais expressiva no dia foi em Marília-SP com alta de 4,17% e saca cotada a R$ 500,00. (Veja abaixo a variação semanal do tipo no gráfico preparado pelo economista André Bitencourt Lopes)
Na quinta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 1,57% e está cotado a R$ 482,45 a saca de 60 kg.
Milho: Em semana positiva, preços sobem no mercado interno e exibem valorização de até 10%
Por Fernanda Custódio
Essa semana foi de valorização aos preços do milho negociados no mercado interno brasileiro. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes, nas principais praças as cotações do cereal subiram entre R$ 0,82 e R$ 1,50. Na região de Tangará da Serra (MT), foi registrada a maior valorização de 10% e a saca do milho passou de R$ 15,00 para R$ 16,50.
Em Ubiratã e Londrina, ambas praças do Paraná, os preços aumentaram 5%, com a saca do cereal a R$ 21,00. Na localidade de Cascavel (PR), a valorização foi de 2,44% ao longo da semana e a saca do milho terminou a sexta-feira cotada a R$ 21,00. Em Jataí (GO), a saca subiu de R$ 20,43 para R$ 21,25, valorização de 4,01%. Nas demais praças, a semana foi de estabilidade. No Porto de Paranaguá, o preço de fechamento foi de R$ 30,00, para entrega em outubro/15.
O consultor de mercado, Ênio Fernandes, explica que, os produtores têm sido profissionais no momento da comercialização e negociam apenas nos rallies. "Essa semana tivemos uma forte valorização do câmbio e, quando as cotações subiram ou nos portos ou no mercado internacional, os agricultores venderam o cereal. Nesse momento, temos o produtor ofertando paulatinamente, já os compradores ainda estão em posição confortável", destaca.
Paralelamente, o consultor também sinaliza que, nos próximos 30 dias, as cotações não deverão registrar quedas expressivas, já que, os produtores começam a focar na comercialização da soja. "Temos uma quebra na safra de verão devido ao clima irregular em algumas regiões, então, acredito que para a primeira safra, os agricultores deverão ter melhores oportunidades de negociação", acredita Fernandes.
Durante essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou a primeira safra de milho em 30.12 milhões de toneladas nesta safra. Já a segunda safra, ficou projetada em 48.27 milhões de toneladas do grão. No total, a produção brasileira deverá ficar ao redor de 78.39 milhões de toneladas na temporada 2014/15. Entretanto, a estimativa está acima da última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 75 milhões de toneladas do milho.
Ainda assim, há muitas incertezas em relação à segunda safra devido ao clima que foi irregular, e continua em algumas localidades, no início do plantio da safra de verão. Com isso, a janela de cultivo do cereal está bastante estreita e os produtores já sinalizam uma redução na área semeada, assim como, uma diminuição nos investimentos em tecnologia. "Nesse momento, acreditamos que os produtores que estão fazendo contratos para a safrinha tomam uma decisão acertada, pois mais adiante teremos a chegada da segunda safra, que mesmo com uma redução, será uma grande produção", ressalta o consultor.
BM&F Bovespa
Os preços do milho na BM&F Bovespa terminaram a sessão desta sexta-feira (13) em campo misto. As primeiras posições registraram desvalorizações entre 0,70% e 0,80%. Já o contrato setembro/15 exibiu leve ganho de 0,14%, cotado a R$ 29,59 a saca. O contrato março/15 encerrou a sessão a R$ 28,55 a saca.
O mercado tem acompanhado a movimentação do dólar nos últimos dias. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,8313 na venda, com ganho de 0,37%. Durante o mês, o câmbio já acumula uma alta de 5%, conforme dados reportados pela agência Reuters. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,8590.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do milho encerraram o dia em campo positivo nesta sexta-feira (13). As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 4,6 a 4,2 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,87 por bushel, depois de ter encerrado o dia anterior a US$ 3,83 por bushel. Além disso, na próxima segunda-feira (16) é feriado nos EUA, em função do Dia do Presidente e os negócios serão retomados na terça-feira (17).
De acordo com o analista de mercado da Jefferies, Stefan Tomkiw, o mercado encontrou sustentação na demanda, com investidores tendo maior apetite pelo milho norte-americano. "Isso, mesmo com a Ucrânia sendo a origem mais barata nesse momento. Porém, a demanda tem ajudado a enxugar um pouco do excesso de produto no mercado. O que deverá fazer com que os preços encontrem um piso. Contudo, a tendência é mais neutra aos preços, sem nenhum movimento expressivo para o lado positivo ou negativo", diz.
Nesta quinta-feira, o USDA reportou as vendas para exportação em 1.003,100 milhão de toneladas de milho até o dia 5 de fevereiro. O volume representa uma alta de 19% em relação à semana anterior, mas uma redução de 17% frente à média das últimas quatro semanas.
Outra informação que movimentou o mercado ao longo dessa semana foi o boletim de oferta e demanda do departamento norte-americano. O USDA indicou um aumento na produção global do cereal, para 991,29 milhões de toneladas. Os estoques mundiais ficaram em 189,64 milhões de toneladas de milho, números que pesaram sobre os preços nos últimos dias.
Por outro lado, os investidores já voltam a atenção para o Anual Outlook Fórum, que trará as primeiras projeções para a safra norte-americana 2015/16. A perspectiva inicial é que haja uma redução de 2% na área destinada ao milho no país.
Confira imagem da evolução dos preços do milho:
Soja: Preços no Brasil fecham a semana com mais de 2% de alta apoiados no dólar
Por Carla Mendes
Na sessão desta sexta-feira (13), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em campo positivo pelo segundo dia consecutivo e os dois últimos vencimentos entre as posições mais negociadas terminaram a semana bem próximos dos US$ 10 por bushel. Os contratos julho e agosto/15 fecharam com US$ 9,99 por bushel. Os investidores buscaram garantir um bom posicionamento antes do feriado do Dia do Presidente nos EUA, que será comemorado na próxima segunda-feira (16) e quando a CBOT não funciona. Os negócios serão retomados na terça, dia 17.
No mercado interno, os preços da soja nos portos explodiram nos últimos dias e os negócios também se aqueceram expressivamente no Brasil. Somente esta semana, o preço no porto de Paranaguá subiu 2,34%, passando de R$ 64,00 para R$ 65,50, e em Rio Grande a alta foi de 3,12%, de R$ 64,20 para R$ 66,20.
No interior do país, as principais praças de comercialização apresentaram ganhos de 0,88% e 3,70% na semana. Em Jataí/GO, por exemplo, o preço subiu de R$ 54,80 para R$ 56,10, com alta de 2,37%.
Esse avanço foi motivado pelo dólar, que saiu da casa dos R$ 2,60 para superar os R$ 2,80 e, no terminal gaúcho, o preço da soja chegou a pegar R$ 67,00 na máxima da semana. E desde que a moeda norte-americana iniciou essa escalada de alta, a comercialização ganhou um dinâmica muito mais expressiva. Nesta sexta, a divisa fechou o dia com alta de 0,37% a R$ 2,8313 e, no mês, já acumula alta de 5%.
A valorização do dólar supera os ganhos na CBOT, uma vez que cada 1 centavo de real no aumento da taxa cambial corresponde a um aumento equivalente a 4 centavos por bushel em Chicago. "Portanto, o aumento da taxa cambial de R$ 2,60 para R$ 2,87 resultou em um aumento de 27 centavos de reais por dólar, ou seja, correspondeu a um aumento equivalente de US$ 1,08 por bushel, base futuros da soja na CBOT", explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult. "O mercado real sempre prevalece", completa.
Alguns investidores temiam que a perspectiva de contração econômica e inflação acima do teto da meta neste ano, somada à crise na Petrobras e ao possível racionamento de energia e água, possa provocar a perda do grau de investimento brasileiro, o que diminuía o apetite por ativos domésticos, informou a agência de notícias Reuters. "Se não tivermos nenhuma marola, sobreviveremos a 2015. Mas se houver qualquer marolinha, o cenário se complica muito", disse o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno à agência.
"Nas últimas duas semanas, o produtor evoluiu muito em termos comerciais. Ele tem visto o produtor se movimentar e a cada momento de repique de preços ele tem entrado e feito algua fixação. Em todas as praças os negócios foram retomados, depois de ficarem bem parados em janeiro", explica França Jr.
Bolsa de Chicago
O mercado, nos últimos dias, veio sendo estimulados por novidades sobre a já forte e constituída demanda mundial pela oleaginosa, com a chegada de alguns novos números do USDA. Nesta sexta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de soja para a China - 120 mil toneladas da safra 2015/16 - e ontem, as vendas semanais para exportação ficaram acima das expectativas do mercado. Do total previsto para ser exportado pelos EUA no ano comercial 2014/15, 95% já estão comprometidos. Além disso, os embarques norte-americanos também estão bastante acelerados e somam, no acumulado do ano comercial, 38.954,560 milhões de toneladas, contra 33.101,166 milhões do mesmo intervalo da safra 2013/14.
Outro fator que contribui para o avanço das cotações na Bolsa de Chicago é o dólar um pouco mais fraco frente à cesta das principais moedas internacionais. Com a moeda norte-americana mais "barata", o produto dos EUA acaba se tornando mais competitivo, quadro que estimula os ganhos no mercado internacional. Além disso, com o mercado financeiro menos nervoso nesta sexta, ainda de acordo com os analistas, atrai os investidores para ativos mais arriscados e sensíveis, como as commodities agrícolas.
Daqui em diante, os principais fatores a serem observados pelo mercado da soja serão a conclusão da safra da América do Sul, principalmente o impacto do clima sobre os resultados que ainda precisam ser concretizados, e os primeiros indicativos para a safa 2015/16 dos Estados Unidos, segundo explica Flávio França Junior, consultor de mercado da França Junior Consultoria.
Os números para a nova safra do Brasil ainda são divergentes. Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apostam em algo próximo de 94,5 milhões de toneladas, as consultorias privadas têm estimativas que variam de 91 a 92,5 milhões de toneladas. Nesta sexta, a Céleres Consultoria trouxe sua projeção revisada para a safra brasileira com 91 milhão de toneladas.
Para a nova safra dos EUA, na próxima semana, será realizado o Anual Outlook Fórum, trazendo números do USDA com as primeiras projeções de oferta e demanda para o país e, apesar de ser dados muito iniciais, são indicadores importantes para o mercado, como explica França. Entre as informações mais esperadas está a previsão para a áre de plantio, a qual poderia vir maior para a soja e menor para o milho.