Nova mistura de etanol será anunciada em fevereiro, diz Kátia Abreu

Publicado em 22/01/2015 11:21

Por Alonso Soto e Nestor Rabello

BRASÍLIA (Reuters) - O aumento na mistura de etanol à gasolina deverá ser anunciado pelo governo federal na primeira semana de fevereiro e entrará em vigor 90 dias depois, dando fim a um longo debate entre poder público e diferentes setores industriais sobre o assunto, disse nesta quinta-feira a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

"Essa decisão deve ser tomada pelo governo na primeira semana de fevereiro. Isso deu um fôlego e deu uma acalmada no setor", declarou a ministra, em entrevista à imprensa internacional, afirmando que o novo percentual ainda não foi decidido.

A mistura de etanol anidro à gasolina está atualmente fixada em 25 por cento.

Em setembro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff sancionou lei que prevê que o Executivo eleve a mistura do etanol na gasolina até o limite de 27,5 por cento, desde constatada sua viabilidade técnica, ou reduzi-la a 18 por cento.

À época, a medida não foi bem recebida pela entidade que representa a indústria automobilística, Anfavea, argumentando que boa parte da frota ainda utiliza apenas gasolina no Brasil, e não estaria tecnicamente preparada para a mudança. No entanto, a mudança é vista pela indústria sucroalcooleira como forma de aliviar a crise vivida pelo setor.

Uma fonte governamental afirmou à Reuters, em outubro, que veículos movidos com combustível com mistura de 27,5 por cento de etanol passaram em testes de desempenho encomendados pelo governo.

Para a ministra, o setor sucroalcooleiro está "bastante deprimido" e reconheceu que a volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), anunciada nesta semana, e o aumento da mistura do etanol na gasolina são importantes, mas que "de fato não são suficientes" e que o setor precisará de um arranjo mais "sustentável".

Ela afirmou ainda que o alívio ao setor em função dessas medidas é importante também para o planejamento do etanol como matriz energética.

 

CHINA

Como estratégia para aumentar o valor dos produtos brasileiros no exterior, a ministra afirmou que irá em março à China para conversar sobre possibilidades de acordo na área do agronegócio.

"Nós temos o maior interesse em vender produtos mais agregados sempre. Nós precisamos fazer acordos setoriais com a China, por exemplo, e isso será um objetivo muito forte", disse.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Especialistas do Congresso ABAG/B3 avaliam o posicionamento do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono
Inteligência artificial e inovação otimizam pulverizações no canavial e otimizam custos
Mapa apresenta aos BRICS programa de conversão de pastagens degradadas do Brasil
Socorro aos produtores gaúchos atingidos pela catástrofe depende da análise do Senado para sair do papel
Instituições educacionais trazem foco à gestão e sucessão familiar para ampliar atuação no agro